As Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram este domingo, 20 de julho, uma ordem de evacuação para a zona central da Faixa de Gaza, onde se encontram milhares de palestinianos desalojados e onde as tropas de Telavive ainda não tinham levado a cabo operações desde o início da guerra. A ordem, que pode indicar a iminência de um ataque na área de Deir al-Balah, perturbou as famílias dos reféns israelitas, que acreditam que estes estejam ali, levando-os a questionar as autoridades militares.Um dos porta-vozes das IDF, Avichay Adraee, afirmou este domingo na rede social X que os residentes e os palestinianos deslocados atualmente na zona de Deir al-Balah deveriam partir imediatamente, pois Israel estava a “expandir as suas atividades” na região, incluindo “numa área onde nunca tinha operado antes”. O mesmo responsável adiantou ainda que os palestinianos deveriam deslocar-se “para sul, em direção à área de al-Mawasi”, na costa do Mediterrâneo, “para sua segurança”. De referir que esta última, apesar de ser declarada como uma “zona segura”, é atacada regularmente por Israel.“As Forças de Defesa continuam a operar com grande força para destruir as capacidades inimigas e as infraestruturas terroristas na área”, referiram as autoridades militares de Telavive, sublinhando que ainda não tinham entrado nos distritos de Deir al-Balah desde o início do conflito.Fontes israelitas referiram este domingo à Reuters que o exército ainda não tinha entrado naquela área por suspeitar que o Hamas possa manter ali reféns. “Pode alguém prometer-nos que esta decisão não custará a perda dos nossos entes queridos?”, afirmaram as famílias dos reféns num comunicado, acrescentando esperar que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa, e as autoridades militares expliquem o que está a ser feito para proteger os reféns dentro da Faixa de Gaza.“Infelizmente, apesar de toda a manipulação e falsas promessas, muitas famílias já aprenderam em primeira mão o significado de expandir os combates à sombra das negociações e da ausência de um plano de guerra claro”, pode ler-se no mesmo comunicado. Horas depois da ordem de evacuação, uma fonte do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa informou a Al-Jazeera que uma mulher palestiniana tinha sido morta e outras pessoas ficaram feridas num ataque israelita que teve como alvo uma casa no sul de Deir al-Balah. De acordo com as autoridades de Gaza, o número de mortos este domingo no enclave era de 87 pessoas, 73 das quais procuravam ajuda humanitária.A agência das Nações Unidas que presta assistência aos refugiados palestinianos (UNRWA) afirmou este domingo, 20 de julho, que as autoridades israelitas “estão a matar à fome” a população de Gaza. “ Entre eles há um milhão de crianças. Levantem o bloqueio: permitam que a UNRWA faça chegar alimentos e medicamentos”, sublinhou a agência da ONU no X.A falta de alimentos em Gaza é tão severa que também a Rahma Worldwide, baseada nos Estados Unidos, calcula que mais de um milhão de palestinianos estão em risco de morrer à fome, notando que há “uma afluência sem precedentes” de pessoas com desnutrição extrema aos hospitais, “em estado de esgotamento e perda de mobilidade devido à fome prolongada”. .Papa apela ao fim imediato da guerra em Gaza e manifestou tristeza por ataque de Israel à igreja católica.CPLP. Rangel nega que Portugal rejeitou incluir fome em Gaza na declaração da cimeira