"Israel, liberta-te de Netanyahu". Bono apela ainda ao Hamas para o fim da guerra e libertação dos reféns
EPA/CLEMENS BILAN

"Israel, liberta-te de Netanyahu". Bono apela ainda ao Hamas para o fim da guerra e libertação dos reféns

Vocalista dos U2 juntou a sua voz às muitas que apelam ao fim do conflito no Médio Oriente e falou na necessidade de proteger os "trabalhadores humanitários". "Eles são os melhores de nós.”
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A voz de Bono, dos U2, fez-se ouvir em Londres para apelar ao fim da guerra no Médio Oriente, com apelos ao grupo palestiniano Hamas para libertar os reféns e acabar com o conflito que já matou milhares de pessoas e está a colocar em risco de morrer, segundo a ONU, outros milhares, entre os quais crianças e bebés, na Faixa de Gaza.

"Hamas, libertem os reféns, parem a guerra. Israel, liberta-te de Netanyahu e dos fundamentalistas de extrema-direita que distorcem os vossos textos sagrados." A afirmação do vocalista da banda irlandesa, com referência ao primeiro-ministro israelita e ao governo que lidera foi proferida na quinta-feira durante a cerimónia de entrega dos prémios Ivor Novello para compositores, que decorreu na capital inglesa, tendo sido atribuído um galardão à banda.

Bono fez os apelos ao fim da guerra quando introduziu a icónica canção dos U2 Sunday, Bloody Sunday, de 1983, baseada nos acontecimentos de de 1972, em que o exército britânico matou a tiro 14 manifestantes desarmados durante os conflitos na Irlanda do Norte.

Segundo o músico, o conhecido tema dos U2 era sempre apresentado como não sendo uma "canção rebelde”. “Era, porque acreditar nas possibilidades de paz era então, e é agora, um ato de rebeldia", disse, em Londres. "Alguns diriam que é ridículo", notou. “Acreditar que a paz era alcançável entre o nosso país e o vosso [Reino Unido] era uma ideia ridícula, porque a paz cria possibilidades nas situações mais intratáveis - e Deus sabe que têm existido algumas”, acrescentou.

O apelo de Bono à paz no Médio Oriente soma-se a outras da comunidade internacional, com críticas à atuação de Netanyahu.

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Neste apelo contra a guerra em Gaza, o irlandês referiu a necessidade de se proteger os "trabalhadores humanitários". "Eles são os melhores de nós”, sublinhou. "Deus, deves estar tão cansado de nós, filhos de Abraão, nos escombros das nossas certezas. Crianças nos escombros da nossa vingança. Deus nos perdoe", referiu, citado pela revista NME.

Os comentários de Bono para o fim da guerra incluem, pela primeira vez, críticas do músico, e também ativista pelos direitos humanos, a Benjamin Netanyahu desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou, na sequência dos ataques do grupo palestiniano em território israelita, em outubro de 2023, segundo a Euronews.

Os U2 receberam o prémio Fellowship da Academia Ivors, tornando-se a primeira banda irlandesa a receber esta distinção atribuída por esta organização.

Esta não é, no entanto, a primeira vez que o vocalista dos UE fala do conflito no Médio Oriente. Aliás, poucos dias após os atentados de 7 de outubro, de 2023, Bono referiu-se aos ataques do grupo palestiniano Hamas no festival de música Supernova, onde morreram mais de mil israelitas, a maioria jovens.

Bono homenageou as vítimas no espetáculo no Las Vegas Sphere, nos EUA, alterando a letra do êxito da banda Pride (In the Name of Love), referindo-se aos "lindos miúdos daquele festival de música”.

"À luz do que aconteceu em Israel e em Gaza, uma canção sobre a não violência parece um pouco ridícula, até mesmo risível, mas as nossas orações sempre foram pela paz e pela não violência", escreveu a banda nas redes sociais. "Mas os nossos corações e a nossa raiva, vocês sabem para onde eles apontam. Por isso, cantem connosco e com aqueles miúdos lindos daquele festival de música."

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