Israel avisa que não avançará com cessar-fogo até receber lista dos 33 reféns a libertar pelos Hamas
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou este sábado que Israel não avançará com o cessar-fogo em Gaza até receber uma lista dos reféns que serão libertados pelo Hamas.
“Não avançaremos com o acordo até recebermos a lista de reféns que serão libertados, como acordado", anunciou Netanyahu em comunicado. "Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade é do Hamas”, acrescentou.
De acordo com a agência France-Presse (AFP), que cita um porta-voz de Netanyahu, a lista em questão diz respeito aos reféns que devem ser libertados no domingo, não antes das 16h30 locais (14h30 de Lisboa).
Assim, fica em causa a aplicação do acordo de cessar-fogo que deve entrar em vigor às 08:30 locais (06:30 de Lisboa).
Pouco depois, Benjamin Netanyahu fez uma declaração ao país, a primeira desde o anúncio de acordo, mas, segundo a Sky News, não fez qualquer referência a esse aviso.
O primeiro-minstro israelita garantiu, de acordo com a mesma fonte que Israel “não vai ceder até que todos os reféns sejam libertados” e que o "Hamas está isolado no campo de batalha".
Netanyahu disse ainda que este acordo de cessar-fogo é temporário e que tem o apoio de Joe Biden e Donald Trump, presidente e presidente eleito dos EUA, respetivamente, para prosseguir com os combates em Gaza caso aquilo que ficou estabelecido no acordo não seja cumprido pelo Hamas.
Defendendo que Israel "mudou a face do Médio Oriente", Netanyahu afiançou que se for necessário retomar os combates, Israel o fará de formas novas e "enérgicas".
O cessar-fogo entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel na Faixa de Gaza deveria entrar em vigor às 06:30 de domingo. Nos termos do acordo, 33 reféns deverão ser libertados nas próximas seis semanas, em troca de centenas de palestinianos presos por Israel.
Os restantes, incluindo soldados do sexo masculino, serão libertados numa segunda fase que será negociada durante a primeira. O Hamas afirmou que não libertará os restantes prisioneiros sem um cessar-fogo duradouro e uma retirada total de Israel.
O Hamas concordou em libertar três mulheres reféns no primeiro dia do acordo, quatro no sétimo dia e as restantes 26 nas cinco semanas seguintes. Segundo a emissora pública israelita Kan, Israel esperava receber ainda este sábado os nomes dos reféns a libertar.
O Ministério da Justiça de Israel, por seu lado, anunciou que vai libertar 737 prisioneiros palestinianos em troca dos primeiros reféns, na primeira fase da trégua.
Entre os prisioneiros a libertar encontra-se Zakaria Zubeidi, responsável por vários ataques contra civis israelitas e antigo líder das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado do movimento Fatah.
*com Lusa