Irão iniciou os ensaios clínicos da sua segunda vacina 

O início do ensaio foi transmitido por vídeoconferência. Vacina é composta duas doses de injeções intramusculares e uma inalação.
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O Irão começou este domingo os ensaios clínicos da vacina contra a covid-19 de fabrico local Razi Cov Pars, a segunda a ser testada na população do país.

O início do ensaio clínico ocorreu no Hospital Rasoul Akram, em Teerão, com a primeira dose a ser ministrada a dois voluntários, numa cerimónia que foi transmitido em direto por videoconferência para a comunicação social.

Desenvolvido pelo Instituto de Investigação de Vacinas Razi, esta nova vacina contra a covid-19 consiste em duas injeções intramusculares e uma administração intranasal inalada e emprega novas versões de combinação da proteína spike.

O vice-presidente para a área da investigação e tecnologia do Instituto Razi, Mohamad Hosein Falah, explicou à agência espanhola Efe que a vacina será, em primeiro lugar, administrada a 13 voluntários, que vão ficar em observação durante 24 horas num hotel e, depois, durante uma semana em vigilância para "verificar se não sofrem complicações ou efeitos colaterais".

Depois deste processo, a vacina vai ser testada em quatro grupos compostos por 30 pessoas com idades entre os 18 e os 55 anos para completar a primeira fase de testes, na qual participam um total de 133 voluntários.

O mesmo responsável afirmou que, entre as duas doses injetadas, que criam imunidade, devem decorrer 21 dias, enquanto a inalação ocorre 35 dias após a primeira dose. "A novidade de Razi é a inalação", disse Mohamad Hosein Falah, justificando com o facto da transmissão da covid-19 ser respiratória e este método poder ajudar que a via de transmissão chegue a um mínimo da reprodução do vírus.

O vice-presidente para a área da investigação e tecnologia do Instituto Razi afirmou que espera realizar as três fases dos ensaios clínicos em seis meses e destacou que as vacinas que utilizam este tipo de nova tecnologia de combinação de proteínas apresentam um elevado grau de segurança.

Um dos dois voluntários que recebeu hoje a primeira dose, Amir Hosein Amanpur, de 23 anos, disse à Efe que "sempre" quis participar neste ensaio para o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19. "Depois de ser testado com sucesso em animais, não tive medo de receber a vacina", sustentou.

O Irão tem vindo a apostar no desenvolvimento das suas vacinas contra a covid-19 e, além desta que está a ser ensaiada pelo Instituto de Investigação de Vacinas Razi Razi, existe uma outra, a Cov Iran Barekat, que já concluiu a primeira fase de testes clínicos.

Entretanto e até que estas vacinas estejam prontas, o Irão iniciou a campanha de vacinação com a russa Sputnik V, do qual já importou dois lotes, e também usará a chinesa Sinopharm, cuja primeira remessa de 250 mil doses chegou hoje ao país.

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