A investigação sobre a queda do Boeing 787 da Air India, em 12 de junho, ao levantar voo de Ahmedabad, no noroeste do país, está a examinar todas as teorias, incluindo sabotagem, indicou hoje o executivo de Nova Deli. "Todos os ângulos estão a ser examinados", disse o ministro de Estado da Aviação Civil, Murlidhar Mohol, em resposta a uma pergunta sobre uma possível sabotagem feita no canal de notícias NDTV.O desastre aéreo, o mais mortífero do mundo desde 2014, fez pelo menos 279 mortos, de acordo com um relatório policial provisório divulgado dois dias após o acidente. Um único passageiro, sentado perto de uma saída de emergência na parte frontal do avião, sobreviveu à queda, quando o aparelho caiu numa zona residencial da cidade logo após a descolagem.Pelo menos 38 pessoas morreram no solo, de acordo com o mesmo relatório policial. O piloto fez um alerta de emergência pouco depois de levantar voo, informou o Ministério da Aviação Civil da Índia, sem revelar mais detalhes sobre a causa do acidente até ao momento.Imagens de vídeo divulgadas após o acidente mostraram o Boeing Dreamliner incapaz de ganhar altitude e, de seguida, a cair no solo entre uma bola de fogo laranja. Na sua entrevista à NDTV, Mohol mencionou, entre outras fatores, o cenário de uma falha simultânea de ambos os motores, nas “isso nunca aconteceu", referiu..O “milagre” do lugar 11A. Único sobrevivente de queda de avião da Air India conta como conseguiu escapar vivo."O relatório (da investigação) vai permitir-nos determinar se os motores tiveram algum problema, se foi um problema de abastecimento de combustível e porque é que ambos os motores deixaram de funcionar", acrescentou o ministro.Murlidhar Mohol disse que "é muito cedo para dizer”, mas seja qual for a causa do acidente, “será conhecida", estando prevista a divulgação de um primeiro relatório dentro de três meses. As duas caixas negras da aeronave, o gravador de dados de voo (FDR) e o gravador de voz da cabine (CVR), estão a ser analisadas na Índia, informou o Departamento Indiano de Acidentes de Aviação Civil (AAIB) na quarta-feira.A queda do voo 171 da Air India, com destino a Londres, foi a primeira envolvendo um B-787, que entrou ao serviço em 2011. A Autoridade de Aviação Civil ordenou uma inspeção aos outros 33 B-787 em serviço da Air India no dia seguinte à queda, mas Mohol reiterou no domingo que esta operação não revelou "qualquer problema". Até à data, os peritos forenses conseguiram identificar 260 vítimas através de ADN. O processo de identificação ainda está em curso..Desastre na Índia. Ter aeroporto perto de zona residencial é "receita para tragédia de dimensões bíblicas"