JD Vance decidiu acompanhar a mulher, Usha, na sua visita desta semana à Gronelânda.
JD Vance decidiu acompanhar a mulher, Usha, na sua visita desta semana à Gronelânda.Teresa Suarez/EPA

Ida de JD Vance à Gronelândia muda programa e acalma a Dinamarca

Viagem da delegação dos EUA encabeçada pela segunda dama passou para apenas um dia e ficou limitada à base militar norte-americana.
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A decisão de mudar o programa da visita da segunda dama dos Estados Unidos à Gronelândia - limitando-a apenas à base espacial norte-americana no território autónomo da Dinamarca, depois de se saber que o vice-presidente JD Vance se ia juntar na viagem à sua mulher, Usha - foi recebida com agrado em Copenhaga, que considerou a novidade como “positiva”.

O plano inicial, anunciado durante o fim de semana, referia que Usha Vance iria encabeçar uma delegação - da qual fazia parte o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e o secretário de Energia, Chris Wright - que iria visitar a Gronelândia entre esta quinta-feira e sábado.

Do programa constava que a mulher de JD Vance, acompanhada por um dos três filhos, iria visitar locais históricos em Nuuk, a capital, e assistir à Avannaata Qimussersua (A Grande Corrida do Norte), uma das maiores corridas de trenós puxados por cães do mundo. Algo que tinha sido classificado pela primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, como uma “pressão inaceitável” sobre a Gronelândia por parte da administração de Donald Trump, referindo ainda que dois aviões militares norte-americanos com carros blindados a bordo tinham chegado a Nuuk na segunda-feira.

Já Waltz e Wright iriam visitar a base espacial de Pituffik e depois juntar-se à mulher de JD Vance. Esta quarta-feira, não era claro se o conselheiro de Segurança Nacional e o secretário de Energia mantinham a sua ida à Gronelândia. Os carros blindados referidos por Frederiksen regressaram entretanto aos Estados Unidos depois da mudança do programa.

Com a ida de JD Vance, o programa da mulher fica reduzido apenas a um dia, esta sexta-feira, e limitar-se-á à visita à base espacial norte-americana de Pituffik, na costa noroeste da ilha. E, embora o vice-presidente se vá tornar no mais alto representante dos Estados Unidos a visitar a Gronelândia, como esta se limita a uma base norte-americana é menos controversa para Copenhaga e Nuuk do que o programa inicial da segunda dama, já que a delegação norte-americana não tinha sido convidada oficialmente nem pelo governo gronelandês, nem pelo dinamarquês.

“Penso que é muito positivo o facto de os norte-americanos terem cancelado a visita a Nuuk. Em vez disso, vão visitar a base militar, em Pituffik, e não temos nada contra isso”, declarou esta quarta-feira o ministro dinamarquês dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen.

Mas se em solo gronelandês parece ter havido um recuo por parte dos EUA, o mesmo não aconteceu com o tom da retórica vinda da Casa Branca em relação aos seus planos de controlar a maior ilha do mundo. O presidente Donald Trump, de acordo com a BBC, voltou esta quarta-feira a dizer que “precisamos da Gronelândia para a segurança e proteção internacional”.

JD Vance, por seu turno, num vídeo publicado na terça-feira à noite no X , falou na “excitação” em torno da visita da mulher e “não queria que ela se divertisse tanto sozinha”. O vice de Trump notou ainda que visita à base militar servirá para verificar a segurança da ilha, uma vez que “muitos outros países ameaçaram a Gronelândia, ameaçaram usar os seus territórios e as suas vias navegáveis para ameaçar os Estados Unidos, para ameaçar o Canadá e, claro, para ameaçar o povo da Gronelândia”.

Vance declarou ainda que a Casa Branca quer “revigorar a segurança do povo da Gronelândia” e que os EUA e a Dinamarca ignoraram a ilha durante “muito tempo”.

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