Ohad Ben-Ami foi um dos reféns libertados pelo Hamas que tiveram de passar por um palco ao lado de homens armados e encapuzados.
Ohad Ben-Ami foi um dos reféns libertados pelo Hamas que tiveram de passar por um palco ao lado de homens armados e encapuzados.EPA/HAITHAM IMAD

Hamas acusa Israel de "tentativa deliberada de romper o acordo"

Israel não libertou ontem os mais de 600 prisioneiros palestinianos em troca dos seis reféns israelitas entregues pelo Hamas, devido às "cerimónias degradantes" a que têm sido sujeitos.
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O Hamas reagiu à decisão do primeiro-ministro de Israel de não proceder à libertação dos mais de 600 prisioneiros este sábado, considerando que é uma "tentativa deliberada de romper o acordo", e que "representa uma clara violação dos seus termos", diz o grupo palestiniano em comunicado.

Esta sábado à noite, o gabinete de Netanyahu justificou a decisão para não libertar os prisioneiros com as cerimónias a que têm sido sujeitos os reféns na entrega à Cruz Vermelha Internacional. "À luz das repetidas violações do Hamas - incluindo as cerimónias que rebaixam a dignidade dos nossos reféns e o uso cínico dos reféns para fins de propaganda - foi decidido adiar a libertação dos terroristas planeada para ontem até que a libertação dos próximos reféns seja garantida, e sem as cerimónias degradantes".

O Hamas, por seu lado, diz que as cerimónias não são um insulto aos reféns, "refletindo antes um tratamento humano e digno", e critica a forma como os prisioneiros palestinianos são tratados.

Este sábado o Hamas entregou à Cruz Vermelha Internacional seis reféns, com cinco deles a serem sujeitos a uma cerimónia pública num palco, uma prática que tem sido habitual na entrega dos israelitas. Os homens exibem um certificado e ontem um deles beijou a testa de dois dos homens do Hamas armados e encapuçados, numa ação considerada encenada e de propaganda.

A posição do grupo islâmico foi sublinhada numa declaração de Basem Naim, membro do gabinete do Hamas em Gaza, que acusa o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu de "jogar jogos sujos para sabotar e minar o acordo".

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