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EPA/KRISTINA KORMILITSYNA / SPUTNIK / KREMLIN POOLO enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff

Guerra na Ucrânia. Enviado dos EUA reúne-se com Putin na terça-feira, diz Kremlin

O presidente dos EUA disse haver uma "boa hipótese" de um acordo para o fim da guerra na Ucrânia, em curso há quase quatro anos.
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, vão reunir-se na tarde desta terça-feira (2 de dezembro), em Moscovo, informou o Kremlin. Em cima da mesa vai estar o plano de paz proposto pela administração de Donald Trump, depois das conversações deste fim de semana, nos Estados Unidos, entre as delegações norte-americana e ucraniana.

"O encontro com Witkoff está previsto para amanhã", disse esta segunda-feira (1) o porta-voz da presidência russa, em conferência de imprensa. Terá lugar "na segunda metade do dia", adiantou Dmitry Peskov, numa altura em que o presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky está em Paris para conversações com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Também Jared Kushner, genro do presidente norte-americano, deverá viajar esta segunda-feira até Moscovo, juntamente com Witkoff, segundo a Reuters. Peskov não referiu, no entanto, se Kushner irá participar na reunião com o líder russo.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, descreveu como "produtivas" as conversações de domingo (30 de novembro), na Florida, com os representantes da Ucrânia, mas afirmou que "ainda há muito trabalho a ser feito".

Rubio disse que “o objetivo final" das negociações não visam apenas o fim da guerra, segundo noticiou a Associated Press. "Também se trata de garantir um fim para a guerra que deixe a Ucrânia soberana e independente, com a oportunidade de alcançar prosperidade real", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana.

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Fim da guerra com "Ucrânia soberana e independente" é o objetivo, diz Rubio após reunião com ucranianos

Rustem Umerov, chefe do Conselho de Segurança da Ucrânia, liderou a comitiva de Kiev e manifestou gratidão pelos esforços para o fim da guerra. “Os EUA estão a ouvir-nos”, disse Umerov. “Os EUA estão a apoiar-nos. Os EUA estão a trabalhar ao nosso lado.”

Além de Rubio, o enviado especial Steve Witkoff e o genro de Trump, Jared Kushner participaram nestas conversações sobre plano de paz norte-americano, com 28 pontos, já enviado à Rússia e que deverá ser discutido esta semana em Moscovo.

Ainda no domingo, a bordo do Air Force One, Donald Trump disse aos jornalistas que há uma "boa hipótese" de um acordo para o fim da guerra na Ucrânia, em curso há quase quatro anos.

Adiantou que as negociações "estão a correr bem" e que a "Rússia gostaria que isto acabasse". "E sei que a Ucrânia também gostaria", afirmou Trump, indicando que o lado ucraniano enfrenta "problemas complicados", numa referência ao escândalo de corrupção no país. "Não ajuda em nada", acrescentou.

Já esta segunda-feira, a chefe da diplomacia europeia considerou que esta semana "pode ser crucial" para alcançar um acordo que acabe com o conflito na Ucrânia, mas criticou que a União Europeia (UE) esteja ausente das negociações.

Kaja Kallas admitiu que houve “discussões difíceis, mas produtivas” entre as autoridades ucranianas e dos EUA para alterar a proposta de plano de paz que incluía 28 pontos iniciais, nomeadamente a cedência à Rússia dos territórios ocupados.

“Ainda não sei os resultados [destas reuniões], mas vou conversar com os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia”, disse a alta representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança da UE à entrada para uma reunião ministerial em Bruxelas, capital da Bélgica.

Kaja Kallas criticou a exclusão da União Europeia de todo o processo. “Os ucranianos estão lá sozinhos [nas reuniões com Washington], se estivessem connosco estariam numa posição mais forte”, sustentou.

Também criticou que a proposta apresentada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, inclua um ponto sobre a redução para metade do número de militares que integram a Forças Armadas da Ucrânia.

“Se há uma pressão sobre as Forças Armadas da Ucrânia, que nunca invadiram ninguém, também devia haver uma sobre as da Rússia, basta olhar para os países todos que invadiu nos últimos 100 anos”, completou, aludindo aos países conquistados pela então União Soviética, incluindo a Estónia, e depois da dissolução deste bloco.

Ataque russo a Dnipro faz quatro mortos

E numa altura em que decorrem esforços diplomáticos para o fim da guerra, um ataque com mísseis russos contra Dnipro, no centro da Ucrânia, fez na manhã desta segunda-feira quatro mortos, de acordo com as autoridades locais.

O governador da região, Vladyslav Gaivanenko, acrescentou, no Telegram, que 22 pessoas ficaram feridas neste ataque de Moscovo que atingiu uma empresa e um posto de combustível.

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Ucrânia: UE diz que pode ser "semana crucial" para paz negociada sem europeus

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