França vai entregar “nos próximos dias” mísseis antiaéreos Aster “adicionais” à Ucrânia, bem como aviões de combate Mirage, anunciou esta sexta-feira o presidente francês, Emmanuel Macron, perante os aliados da Ucrânia reunidos presencialmente em Londres e por videoconferência.“Vamos entregar, nos próximos dias, mísseis Aster adicionais, novos programas de formação e novos aviões Mirage”, afirmou Macron, a partir de Paris, sem avançar mais pormenores.Até ao momento, a França entregou três aviões Mirage 2000 à Ucrânia, dos seis prometidos, devido, nomeadamente, às necessidades de formação dos pilotos ucranianos. Um dos aparelhos foi abatido em julho.Os mísseis Aster 15 e Aster 30, produzidos em cooperação entre Paris e Roma, operam com o sistema SAMP/T MAMBA, um sistema de defesa antiaérea franco-italiano equivalente ao Patriot norte-americano.Os dois países forneceram um número não especificado destes mísseis às forças ucranianas para a sua defesa antiaérea, que continuam a solicitar mais unidades para se protegerem.“É muito importante manter o nosso esforço de apoio à Ucrânia e a pressão sobre a Rússia”, sublinhou Macron durante o encontro desta sexta-feira da chamada “Coligação dos Dispostos” que reúne mais de 20 países, maioritariamente europeus, entre os quais Portugal.Zelensky espera desbloqueio europeu dos ativos russos até ao fim do anoNa conferência de imprensa após a reunião em Londres, Zelensky reconheceu que o desbloqueio dos ativos congelados russos pela UE "é crucial" para a Ucrânia e mostrou-se confiante numa decisão política até ao final do ano. "A decisão sobre os ativos russos congelados é crucial para nós", afirmou , acrescentando que o processo vai implicar três passos: decisão política, decisão prática e a implementação. "Ontem [quinta-feira] a decisão política foi um sinal positivo", disse, aludindo às negociações decorridas em Bruxelas.O líder ucraniano acrescentou esperar ter uma "decisão prática até ao final do ano" e depois disso a aplicação: "esperamos no início do próximo ano". A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, confirmou esperar que uma decisão da UE até ao natal para garantir um financiamento à Ucrânia nos próximos anos sem prejudicar os contribuintes europeus. "Alguns colegas acham esta solução mais difícil do que eu, mas temos de resolver os problemas", admitiu, alertando que "a alternativa não pode ser deixar a Rússia ganhar a guerra". A Comissão Europeia propôs a mobilização de ativos russos congelados pelos europeus desde o início da invasão da Ucrânia para continuar a financiar Kiev como um “empréstimo de reparação”, que pode ascender a 140 mil milhões de euros.Mas a discussões no Conselho Europeu de quinta-feira terminaram num impasse devido às garantias exigidas pela Bélgica, o Estado-membro onde estão a maior parte dos bens russos congelados, e que não quer suportar todos os riscos legais e financeiros associados.No mesmo dia, a UE aprovou o 19.º pacote de sanções contra a Rússia, que inclui a suspensão total das importações de gás natural liquefeito (GNL) russo até ao final de 2026, um ano antes do previsto.Frederiksen reconheceu que "chega tarde", numa resposta a um jornalista, enquanto que Zelensky disse ser "melhor agora agora do que nunca". "É importante que os nossos parceiros se foquem no que é mais prático e eficaz", disse o chefe de Estado ucraniano, acrescentando ser "importante que todos concordem". "A frente de combate precisa de atenção substancial", reiterando a necessidade de mísseis de longo alcance para chegar ao território russo porque "quanto mais perdas Putin tiver no seu território, menos ataques consegue fazer na frente de combate e mais depressa terá de aceitar a diplomacia". No entanto, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, explicou caber a cada país a decisão de fornecer mísseis cruzeiro Tomahawk. "Os EUA já estão a providenciar vários tipo de armas à Ucrânia", lembrou, incluindo equipamento que só Washington pode fornecer e que protege população e infraestruturas civil. A reunião desta sexta-feira, que decorreu em formato híbrido, contou com a participação presencial do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e da primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, além do anfitrião, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer..Zelensky satisfeito com sanções, mas espera mais dos líderes dos 27