Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov EPA/VALERIY SHARIFULIN/SPUTNIK/KREMLIN POOL

EUA avaliam envio de mísseis Tomahawk para a Ucrânia e Rússia alerta para risco de escalada

JD Vance revelou que os EUA estavam a analisar "vários pedidos dos europeus" para que a Ucrânia possa obter mísseis Tomahawk, com um alcance de 2500 quilómetros. Trump ainda não tomou a decisão final
Publicado a
Atualizado a

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, admitiu, no domingo, 28 de setembro, que os EUA estão a avaliar um pedido de Kiev para obter mísseis Tomahawk. Afirmou que estavam a ser analisados "vários pedidos dos europeus" e que o presidente norte-americano, Donald Trump, ainda não tinha tomado a "decisão final". Esta segunda-feira (29), a Rússia já veio alertar para uma escalada acentuada do conflito, caso os EUA decidam fornecer estes mísseis de longo alcance para a Ucrânia., noticia a Reuters.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, fez saber que será necessário "uma análise muito aprofundada" sobre o que está a ser avaliado pelos EUA.

"Quem pode lançar estes mísseis? Só os ucranianos os podem lançar ou os soldados norte-americanos precisam de o fazer?", questionou Peskov, citado pela Reuters, quando confrontado com as declarações de Vance à Fox News. "Quem determina o alvo destes mísseis? O lado americano ou os próprios ucranianos?", acrescentou.

Com um alcance de 2500 quilómetros, os mísseis Tomahawk colocariam Moscovo ao alcance de Kiev, caso os recebessem. Ainda assim Peskov afirmou que caso o fornecimento destes mísseis a Kiev seja uma realidade, tal não iria mudar a situação na frente da guerra, em curso há mais de três anos. "E sejam mísseis Tomahawk ou outros, eles não serão capazes de mudar a dinâmica", defendeu o porta-voz da presidência russa, referindo-se aos avanços das forças de Moscovo no leste da Ucrânia.

O presidente norte-americano recusou no passado o envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia, mas agora a possibilidade está em cima da mesa. Isso mesmo afirmou o enviado dos EUA para a Ucrânia em declarações à Fox News. Keith Kellogg referiu que Trump indicou que Kiev deve agora poder realizar ofensivas de maior alcance contra as forças de Moscovo.

"Acho que interpretando o que ele [Trump] disse e o que o vice-presidente Vance afirmou... a resposta é sim. Use-se a capacidade de atingir profundamente. Não existem santuários", declarou Kellogg.

Perante estes novos desenvolvimentos, Andrei Kartapolov, líder do comité de defesa do parlamento russo, afirmou que quaisquer especialistas militares norte-americanos que ajudassem a Ucrânia a lançar Tomahawks contra a Rússia seriam alvos de Moscovo.

"E ninguém os protegerá. Nem Trump, nem Kellogg, nem mais ninguém", disse o responsável russo ao canal de notícias Mayak.

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov
Putin ordena recrutamento de 135 mil russos para serviço militar
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov
Putin propõe a Trump prolongar por um ano tratado de controlo de armas nucleares

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt