Estimativas atualizadas. Esquerda vence eleições em França com pelo menos 177 deputados
A aliança das esquerdas Nova Frente Popular venceu a segunda volta das legislativas francesas, segundo as projeções Ipsos, Ifop e Elab.
De acordo com a estimativa da Ipsos, atualizada às 22h34, a França Insubmissa obteria entre 73 a 80 lugares, o Partido Socialista entre 60 a 64 assentos. Os Ecologistas têm uma margem de 33 e 36 lugares, e os Comunistas entre 11 e 12 lugares. Ou seja: entre 177 a 192 deputados (inicialmente a estimativa era de, pelo menos, 172).
Os partidos do campo presidencial ficarão entre os 95 e 98 lugares (para o Renaissance, do presidente Macron), com o MoDem entre 32 a 34 mandatos. O Horizons terá, segundo a Ipsos, entre 25 e 26 deputados. Isto significa que este bloco partidário ficará com 152 a 158 mandatos.
O Reunião Nacional (de Marine Le Pen) obteria entre 124 e 128 lugares, e a fação dos Republicanos aliados ao partido de extrema-direita terão entre 14 e 17 lugares. Ou seja: de 138 a 145 mandatos (estimava-se, inicialmente, entre 132 a 152).
Os Republicanos, por sua vez, teriam 63 a 67 lugares.
Os vários candidatos de esquerda (excluindo o Nouveau Front Populaire) obteriam perto de 14 lugares; os candidatos classificados como "outros" (como os regionalistas) conseguem 9 a 10 lugares; e a União dos Democratas e Independentes (UDI) ou vários candidatos de centro terão perto 7 lugares.
A sondagem Ifop dá os partidos pela mesma ordem, com a esquerda a ter 180 a 215, o campo de Macron terá 150 a 180 e o RN 120 a 150.
A sondagem Elab dá 175 a 205 deputados à NFP, o Ensemble tem 150 a 175 e o RN 115 a 150.
A participação será superior a 67%, segundo as várias sondagens, superior à da primeira volta de há uma semana (66,7%) e 20 pontos superior à da segunda volta das legislativas de 2022 (46,2%). Um recorde desde as eleições de 1997.
Primeiro-ministro apresenta demissão esta segunda-feira
O primeiro-ministro de França, Gabriel Attal, anunciou já que apresentará a demissão ao presidente Emmanuel Macron esta segunda-feira, na sequência do resultuado eleitoral.
Attal ainda se congratulou por ter conquistado "três vezes mais deputados do que certas estimativas davam no início desta eleição", bem como se ter classificado na segunda posição, atrás do bloco das esquerdas, mas à frente do Reunião Nacional.
“Ser primeiro-ministro é a honra da minha vida”, continuou, antes de admitir que o seu campo, os centristas, não obtieve a maioria pelo que não lhe resta outra opção se não demitir-se
"Fiel à tradição republicana e de acordo com os meus princípios, apresentarei o meu demissão amanhã de manhã ao Presidente da República", disse, acrescentando: “Esta noite começa uma nova era”.
Mélenchon quer que a nova maioria de esquerda forme governo
O líder da França Insubmissa, Jean-Lux Mélenchon, reagiu de imediato a estas projeções, saudando a mobilização eleitoral que, disse, alcançou um resultado que se dizia impossível”.
"Esta noite a Reunião Nacional [de Le Pen] está longe de ter a maioria absoluta” o que, prosseguiu, "é um enorme alívio para milhões de pessoas".
Visivelmente satisfeito com os resultados que as sondagens lhe atribuem, a Mélenchon disse acreditar que, a partir de agora, “a vontade do povo deve ser confirmada”.
Para Mélenchon, “o presidente deve curvar-se” a estes resultados, pelo que "tem o dever de apelar à nova Frente Popular para governar".
"Ela está pronta”, disse Jean-Luc Mélenchon.