Espanha, Malta, Eslovénia e Irlanda anunciaram esta sexta-feira que estão prontos para reconhecer o Estado da Palestina e insistiram que é necessário um "cessar-fogo imediato", indo mais longo do que o Conselho Europeu.."Discutimos a nossa prontidão para em conjunto reconhecermos a Palestina", dá conta uma declaração conjunta dos primeiros-ministros dos quatro países, a que a Lusa teve acesso. Em conferência de imprensa após a reunião de chefes de Estado e de Governo, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez evitou estabelecer prazos, assegurando que este grupo de países terá de "avaliar bem" quando deve dar o passo para o reconhecimento da Palestina e que a avaliação será feita "à medida que forem renovados alguns dos elementos" da crise desencadeada após os ataques do movimento islamita Hamas contra Israel, em 7 de outubro passado..É agora uma questão de "avaliação política" e de ter em conta quando é o momento de reconhecer o Estado palestiniano "para ajudar o processo de paz, para ajudar a pôr fim à violência e estabelecer uma paz duradoura com reconhecimento mútuo", afirmou.."É o momento em que temos de decidir, em que contribuímos para uma solução", resumiu o primeiro-ministro espanhol..O endurecimento da posição comum da UE no sentido de apelar a "uma pausa humanitária imediata que conduza a um cessar-fogo duradouro" coloca o bloco europeu numa "posição de maior legitimidade" para que os diferentes Estados-membros tomem a iniciativa, afirmou Sánchez..Neste sentido, acrescentou que esta decisão deve ser um episódio "decisivo" na resolução da crise..O Presidente do Governo sublinhou que tem de haver um "reconhecimento mútuo", pressupondo que os países árabes que ainda não reconhecem Israel o façam, e o mesmo"do Ocidente em relação ao Estado palestiniano"..Sánchez salientou que mais de 130 países no mundo já reconhecem a Palestina, pelo que se trata essencialmente de uma questão do Ocidente e "especialmente da União Europeia"..Atualmente nove Estados-Membros da UE reconhecem a Palestina: Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia e Eslováquia deram o passo em 1988, antes de aderirem à UE, enquanto a Suécia o fez sozinha em 2014, cumprindo uma promessa eleitoral dos sociais-democratas..Para Portugal, o reconhecimento do Estado da Palestina "é algo que deve acontecer", mas em coordenação com "alguns parceiros próximos" e num "momento com consequência para a paz", disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, em novembro passado..Em dezembro de 2014, o parlamento português aprovou, com os votos do PSD, PS e CDS-PP, um projeto de resolução da então maioria que suportava o Governo liderado por Pedro Passos Coelho e da bancada socialista, instando o executivo a "reconhecer, em coordenação com a União Europeia, o Estado da Palestina como um Estado independente e soberano, de acordo com os princípios estabelecidos pelo direito internacional".