Em dia de anúncio de Trump sobre a Rússia, Zelensky reúne-se em Kiev com enviado dos EUA. "Conversa produtiva"
No dia em que se espera que o presidente norte-americano faça uma "declaração importante" sobre a Rússia, Keith Kellogg, enviado de Donald Trump, encontrou-se, em Kiev, com o presidente ucraniano esta segunda-feira, 14 de julho.
Ao referir que se tratou de uma "conversa produtiva", Volodymyr Zelensky informou que os dois discutiram "o caminho para a paz" e o que os dois países podem "fazer em conjunto" para a alcançar.
O caminho em busca do fim do conflito inclui, segundo o presidente da Ucrânia, "o reforço da defesa aérea" do país, "a produção conjunta e a aquisição de armas de defesa em colaboração com a Europa". "E, claro, sanções contra a Rússia e aqueles que a ajudam", completou.
No texto que publicou nas redes sociais, que acompanhou imagens do encontro com Keith Kellogg, o presidente ucraniano afirmou ser "evidente que Moscovo não vai parar a menos que as suas ambições irracionais sejam refreadas através da força".
"Estou grato ao presidente Trump pelos importantes sinais de apoio e pelas decisões positivas para ambos os nossos países. Valorizamos profundamente o apoio do povo americano", notou ainda o chefe de Estado ucraniano na mensagem divulgada.
Zelensky e Kellogg falaram sobre os "ataques maciços" russos e a situação na linha da frente
O gabinete do presidente Zelensky afirmou, em comunicado, que na reunião com Keith Kellogg foram debatidos os "ataques maciços da Rússia contra civis e infraestruturas críticas, bem como o reforço da defesa aérea da Ucrânia". De acordo com Kiev, "só em junho, a Rússia lançou mais de 330 mísseis contra a Ucrânia, incluindo 80 mísseis balísticos, mais de 5000 drones de ataque e 5000 bombas aéreas".
Os dois falaram "na situação geral na linha da frente e nas necessidades dos guerreiros ucranianos".
A nota indicou ainda que o "presidente confirmou a disponibilidade da Ucrânia para adquirir armas americanas, nomeadamente sistemas de defesa aérea".
Zelensky e Kellogg "debateram igualmente a produção conjunta de drones, a possibilidade de os EUA adquirirem diretamente UAV ucranianos e o potencial de aquisição de armas em cooperação com parceiros europeus".
No encontro, os dois abordaram ainda as "perspectivas de um cessar-fogo", assim como as sanções contra a Rússia.
A reunião, em Kiev, com o enviado norte-americano ocorre no dia em que Donald Trump deverá fazer um anúncio sobre a Rússia, uma "declaração importante", como descreveu, depois de ter manifestado descontentamento com a posição de Moscovo face ao conflito na Ucrânia.
EUA vão enviar sistemas de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia, anunciou Trump
Ainda antes de fazer a declaração sobre Moscovo, Trump anunciou que os EUA vão enviar sistemas de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia.
"Vamos enviar-lhes Patriots, que eles precisam desesperadamente", disse no domingo Donald Trump, duas semanas depois de Washington ter anunciado a suspensão de algumas entregas de armas a Kiev.
"Ainda não decidi a quantidade, mas eles vão recebê-las porque precisam de proteção", acrescentou.
O fornecimento de armas faz parte de um acordo com a NATO, que vai pagar aos Estados Unidos pelo material que vai enviar para a Ucrânia, de acordo com Trump.
"Na verdade, vamos enviar vários equipamentos militares muito sofisticados e eles vão pagar-nos 100%", disse Donald Trump à comunicação social.
*Notícia atualizada às 14h39 com comunicado do gabinete da presidência ucraniana
