Dois mortos em incêndio na Catalunha. "Vamos ter um verão complicado", assume governo regional
Duas pessoas morreram num incêndio na região de Segarra (Lleida), na Catalunha, em Espanha, e destruiu várias explorações agrícolas. O fogo, descrito pelos bombeiros como "extremamente violento e errático", foi considerado dominado esta quarta-feira, 2 de julho, tendo afetado uma área que se estende por cerca de 40 quilómetros. Há ainda a registar dois bombeiros com ferimentos ligeiros.
As vítimas, dois trabalhadores agrícolas, morreram na localidade de Coscó, no município de Oliola, quando se dirigiam para os seus veículos, confirmou a ministra do Interior, Núria Parlon, citada pelo jornal La Vanguardia.
Apesar de o incêndio estar dominado, as autoridades espanholas apelaram à vigilância, uma vez que a agência meteorológica de Espanha, AEMET, emitiu para esta quarta-feira avisos devido às temperaturas elevadas, estando previstos ventos fortes.
"O incêndio em Segarra está estabilizado. Máxima cautela. Hoje será um dia de muito risco", alertou o presidente do governo da Catalunha, Salvador Illa, que apelou, nas redes sociais, à população para seguir as orientações dos serviços de emergência.
De visita ao local do incêndio, Salvador Illa afirmou que "os incêndios de hoje não são como os de há 20 anos".
"Mesmo que tivéssemos três vezes mais meios, não teríamos conseguido apagar este incêndio" num primeiro momento, disse o presidente do governo regional, citado pela imprensa espanhola.
Salvador Illa lamentou as duas mortes e reconheceu: “infelizmente, vamos ter um verão complicado”.
"O incêndio foi extremamente violento e errático devido às tempestades e aos ventos fortes, gerando uma nuvem de convecção que complicou os esforços de extinção", declarou o serviço de bombeiros em comunicado.
O fogo, que deflagrou na terça-feira, com as autoridades a recomendarem a cerca de 14 mil residentes a permanência dentro das habitações, teve "características muito violentas e imprevisíveis, com picos de velocidades de 28 quilómetros por hora, um dos níveis mais elevados alguma vez registados na Europa", indicou o governo catalão, dando conta que o risco de incêndio permanece elevado.
As duas mortes no incêndio na região da Catalunha acontecem numa altura em que Espanha, assim como Portugal e outros países europeus, enfrentam uma onda de calor, prevendo-se, no entanto, uma descida das temperaturas a partir desta quarta-feira.
Em França, duas pessoas morreram devido a "doenças relacionadas com o calor", e “mais de 300 pessoas foram tratadas pelos bombeiros", segundo informou esta quarta-feira a ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher.
Já em Barcelona, as autoridades informaram na terça-feira que estavam a investigar se a morte de um trabalhador dos serviços de limpeza urbana estava relacionada com o calor.
Em Itália, foram emitidos alertas vermelhos para 18 cidades devido ao calor extremo e na Turquia os bombeiros concentram esforços para combater incêndios florestais, numa onda de calor que os meteorologistas, citados pela Reuters, dizem ser “excecional” por ter chegado tão cedo no verão europeu.