Ao abrigo da Lei de Imprensa n.º 2/99, de 13 de janeiro, artigos 24.º, 25.º e 26.º, o DN recebeu de Oren Rozenblat, Embaixador de Israel em Portugal, a resposta aos artigos intitulados “Israel lança ataques contra Gaza e Líbano” e “Israel continua ataques mortais na Faixa de Gaza”, publicados a 20 e 21 de novembro de 2025, que aqui reproduzimos:Nos últimos dias, o Diário de Notícias publicou dois artigos sobre a situação na Faixa de Gaza e no Líbano.Infelizmente, estes artigos - e especialmente os seus títulos - contêm (graves) imprecisões que apresentam aos leitores uma imagem enganadora da realidade. São eles: “Israel lança ataques contra Gaza e Líbano” e “Israel continua ataques mortais na Faixa de Gaza” de 20 e 21 de novembro, respetivamente.O facto central ausente dos artigos é o de que existe, actualmente, um acordo de cessar-fogo entre Israel e a organização terrorista Hamas. Israel tem respeitado consistentemente este acordo, ao passo que o Hamas o tem violado repetidamente, matando 3 dos nossos soldados e lançando vários ataques contra Israel. O Hamas violou também o acordo ao não devolver todos os reféns no prazo de 72 horas a que se comprometeu. Estes eram elementos centrais do acordo de cessar-fogo e todos foram totalmente ignorados pelo Hamas.Também no Líbano, a organização terrorista Hizbullah assinou um acordo de cessar-fogo com Israel que estabelecia a sua total retirada do sul do país. Não só não o fizeram como continuam a armar-se para atacar Israel.Tal como qualquer Estado soberano faria, Israel responde a estas violações. No entanto, os artigos centram-se exclusivamente nas acções defensivas de Israel, apresentando-as como agressões unilaterais gratuitas e titulando-as de uma forma que omite as ações que as provocaram.Pelos títulos dos artigos do DN, os leitores entendem que Israel decide atacar sem motivo, simplesmente porque sim. Ora, as imprecisões importam, bem como as omissões.Outra preocupação séria é a apresentação, por parte do jornal, do número de vítimas em Gaza como factos comprovados. Mesmo organizações noticiosas amplamente consideradas como hostis a Israel - incluindo a BBC - fazem questão de especificar que estes números são alegações com origem no Hamas, cuja comunicação não é uma fonte independente ou neutra. O Diário de Notícias não tem correspondente em Gaza e, no entanto, publicou os números sem qualquer reserva, como se fossem de fonte segura e independente. Isto não é exato e induz o público em erro.Como se não bastasse, o próprio Hamas afirmou que muitos dos recentemente mortos em Gaza e no Líbano pertenciam às suas próprias fileiras - ou seja, eram seus terroristas. Esta contextualização absolutamente crucial está ausente dos artigos publicados por este jornal, dando a entender que todas as vítimas são civis e que Israel está a agir sem motivo. Por exemplo, todos os 13 terroristas que foram eliminados - citados no artigo do Diário de Notícias como “13 pessoas (que) morreram noutro ataque contra uma campo de refugiados palestinianos em Sidon, no sul do Líbano” - foram reconhecidos pelo próprio Hamas como os seus terroristas e glorificados como mártires. A organização terrorista fez, aliás, um cartaz em sua homenagem.Os meios de comunicação social desempenham um papel fundamental na formação da opinião pública, sobretudo em questões tão sensíveis e consequentes como o conflito no Médio Oriente. É por esta razão que a precisão, o equilíbrio e a verificação da informação e das fontes são essenciais.Os títulos e artigos que destacam apenas um lado dos acontecimentos - especialmente o lado que responde às violações -, omitindo assim factos importantes, não servem o interesse público.A obrigação de reportar acontecimentos de forma responsável estende-se a todas as organizações de comunicação social, não apenas ao Diário de Notícias. Recentemente, ficou exposto aos olhos de todos - através de uma investigação interna levada a cabo pela própria corporação -, que a BBC, que muitas pessoas consideram uma fonte de informação fidedigna, enganou os telespectadores com uma cobertura unilateral da guerra em Gaza, amplificando as falsas campanhas do Hamas e disseminando a sua propaganda como se esta fosse fonte legítima de notícia.Israel valoriza uma imprensa livre e independente, mas a liberdade de imprensa deve andar de mãos dadas com a precisão. Como parceiros na promoção de um discurso público informado, todos partilhamos a responsabilidade de garantir que realidades complexas são apresentadas de forma clara, precisa e sem enviesamentos.O Diário de Notícias é um jornal, não um partido político.Convido o DN a tomar em consideração estas preocupações nos seus futuros artigos, para que os leitores possam formar as suas opiniões livremente mas sempre com base em informação completa e fiável.Oren Rozenblat, Embaixador de Israel em PortugalNota da Direção: Embora o título não contenha essa informação, a notícia em causa refere que os ataques de Israel tiveram lugar em resposta a alegadas violações do cessar-fogo pelo Hamas. O DN reafirma o seu compromisso com um jornalismo rigoroso e independente, na cobertura deste e outros temas da atualidade nacional e internacional.