Pelo menos 10 pessoas morreram na terça-feira devido à fome e à desnutrição, incluindo duas crianças pequenas, na Faixa de Gaza, segundo as informações publicadas esta quarta-feira, 27 de agosto, no relatório diário do Ministério da Saúde do enclave palestiniano.De acordo com Zaher al-Waheidi, responsável pelo balanço de mortes no ministério, as duas crianças tinham 1 ano.O Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo grupo islamita Hamas, elevou para 313 o número total de mortos, dos quais 119 crianças, por fome ou desnutrição no território palestiniano desde o início da ofensiva israelita em 7 de outubro de 2023.A maioria das mortes por causas relacionadas com a subnutrição e a fome em Gaza ocorreram nos últimos dois meses, após um bloqueio quase total de entrada de alimentos e medicamentos no enclave por parte de Israel, que controla todos os pontos de acesso ao território palestiniano.Nas últimas semanas, e após forte pressão internacional, Israel flexibilizou um pouco a entrada de alimentos em Gaza e voltou a permitir a entrega de paletes de ajuda humanitária por via aérea, embora a quantidade de mantimentos que entra ainda não seja suficiente para satisfazer as necessidades da população, segundo a ONU. .Trump preside a "grande reunião" sobre Faixa de Gaza.Israel rejeita entre 30 e 40% da ajuda humanitária diária enviada pelo Egito para Gaza.Israel está a rejeitar entre 30% e 40% da ajuda humanitária que sai diariamente do Egito, através da passagem fronteiriça israelita de Kerem Shalom, com destino à Faixa de Gaza, segundo fontes do Crescente Vermelho egípcio.Esta quarta-feira (27), cerca de 60 camiões carregados com ajuda humanitária saíram de armazéns no Sinai egípcio com destino a Kerem Shalom, onde Israel inspeciona a carga e, segundo as fontes do Crescente Vermelho Egípcio, devolve "entre 30 e 40% de uma média de 150 camiões com ajuda que saem diariamente da zona egípcia de Rafah"."Devolvem os camiões diariamente sob vários pretextos, como problemas com a carga, com o tipo de produtos ou devido a intimidação e atrasos por parte de Israel. Nós reabastecemos e enviamos no dia seguinte", disse à agência de notícias EFE uma fonte de um dos armazéns do Crescente Vermelho egípcio em Al-Arish."Em alguns dias, devolvem 20 camiões, e noutros, o número chega aos 80", acrescentou.De acordo com as fontes, comboios transportam toneladas de produtos básicos e combustível para aliviar a trágica situação humanitária e a fome no território palestiniano.A passagem de Kerem Shalom, localizada entre o Egito, Gaza e Israel, mas controlada em exclusivo pelos israelitas, é a etapa final do processo de envio de ajuda por via terrestre.A viagem destes camiões inicia-se na zona logística estabelecida pelo Egito em Al-Arish, próximo a Rafah, para receber e armazenar alimentos e produtos médicos enviados por vários países do mundo e por organizações egípcias, sob a supervisão do Crescente Vermelho Egípcio.A fonte referiu que as autoridades israelitas rejeitam a maioria dos camiões-cisterna com combustível, essencial para o funcionamento de geradores para centros de saúde e padarias."O combustível que entrou hoje foi rejeitado três ou quatro vezes e devolvido, mas no final permitiram a entrada de alguns camiões-cisterna", explicou.Segundo o canal de televisão Al-Qahera News, citando os serviços de informações egípcios, o comboio de hoje é composto por cerca de 60 camiões de ajuda humanitária e inclui três camiões-cisterna de combustível que "foram devolvidos duas vezes, ontem [terça-feira] e anteontem [segunda-feira]".Este é o 24.º comboio enviado pelo Egito para Gaza desde que Israel reabriu a ajuda ao enclave, no final de julho passado.O Egito, que atua como mediador ao lado do Qatar e dos Estados Unidos na guerra, acusa Israel de "restringir" e "obstruir" a entrada de ajuda humanitária no enclave, que, segundo Cairo, necessita de "entre 700 e 900 camiões de ajuda humanitária diariamente".As autoridades egípcias e qataris aguardam, entretanto, a resposta de Israel à proposta recentemente apresentada a Israel e ao grupo islamista palestiniano Hamas para uma trégua de 60 dias, durante a qual seriam libertados vários reféns e negociado o fim da guerra.Israel, que se prepara para ocupar a Cidade de Gaza, rejeita um acordo parcial e insiste que um entendimento deve incluir a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da guerra, em outubro de 2023.Desde essa data, cerca de 63.000 pessoas morreram só em Gaza, centenas delas nas últimas semanas enquanto procuravam ajuda alimentar, e outras dezenas devido à falta de alimentos, principalmente crianças..Israel alega que visou câmara do Hamas no ataque a hospital que matou cinco jornalistas.Manifestantes bloqueiam estradas em Israel para exigir acordo para Gaza e a libertação dos reféns