JD Vance (à esquerda) e Tim Walz
JD Vance (à esquerda) e Tim WalzEPA/SARAH YENESEL

Debate entre JD Vance e Walz marcado por imigração e guerra no Médio Oriente

JD Vance recusa responder se Trump separaria crianças migrantes dos pais. Walz acusa Trump de ser instável e defende direito de Israel à defesa.
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O candidato republicano à vice-presidência dos EUA recusou responder se um segundo Governo de Donald Trump separaria crianças migrantes dos pais, uma política que o ex-presidente colocou em prática sob enormes críticas.

Na terça-feira, naquele que é o primeiro (e possivelmente único) debate vice-presidencial de 2024, JD Vance e o candidato democrata a vice-presidente dos Estado Unidos, Tim Walz, enfrentaram questões das moderadoras da televisão CBS News sobre imigração, com o republicano a ser confrontado com as promessas de deportações em massa feitas por Donald Trump em caso de reeleição.

Vance, senador do Ohio, recusou-se por duas vezes a responder a uma pergunta direta sobre se a deportação em massa prometida por Trump separaria os adultos imigrantes indocumentados dos seus filhos, que poderão ser cidadãos nascidos em solo norte-americano.

O senador de 40 anos optou por criticar a política de fronteiras da atual administração de Joe Biden e Kamala Harris e defender que o país precisa de conter a imigração. 

"Temos que estancar a hemorragia", disse Vance, alegando que os Estados Unidos têm uma crise de imigração porque a vice-presidente e candidata presidencial democrata, Kamala Harris, quis desfazer as políticas de Trump para as fronteiras.

Já o candidato democrata a vice-presidente dos EUA Tim Walz acusou o republicano Donald Trump de ser instável e demasiado inconstante para lidar com conflitos internacionais, durante o debate vice-presidencial contra J.D. Vance. 

"Precisamos de liderança estável", afirmou Walz, defendendo que a candidata presidencial democrata Kamala Harris garante essa estabilidade numa altura em que o conflito no Médio Oriente está a agudizar-se. 

Walz disse que Israel tem o direito a defender-se e que a escalada com o Irão tem origem não só no ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a 07 de outubro de 2023, mas também nas decisões da administração de Trump, que provocou a rutura do acordo de não-proliferação nuclear com o Irão. 

"O mundo viu um Trump de quase 80 anos a falar do tamanho das multidões", apontou Walz, referindo-se ao debate presidencial de setembro.

"Os seus dois secretários da Defesa disseram que Trump não devia sequer chegar perto da Casa Branca", continuou o democrata. 

Em matéria de política externa e resolução de conflitos, Walz considerou que é necessário entender a importância dos aliados dos Estados Unidos. "O que vimos com Kamala Harris é liderança estável", afirmou, por oposição a um Trump que os aliados veem a aproximar-se dos líderes russo Vladimir Putin e norte-coreano Kim Jong-un. 

"Os nossos aliados entendem que Donald Trump é instável", reiterou, acusando o ex-presidente de ser permeável à lisonja de líderes autoritários. "Vamos proteger as nossas forças e os nossos aliados e haverá consequências", contrapôs. 

Num debate cordial, com poucos momentos crispados, Walz também foi chamado a responder a uma discrepância no seu próprio currículo. 

O governador do Minnesota admitiu que errou quando disse que tinha estado em Hong Kong e na China continental durante os protestos pró-democracia de maio e junho de 1989, que culminaram no massacre de Tiananmen. Ele chegou em agosto. 

"Às vezes sou cabeça dura", admitiu. "Cheguei lá nesse verão e falei errado sobre isto. Estava em Hong Kong e China durante os protestos democráticos, e aí aprendi muito sobre o que significa governar", disse. 

Moderado pela televisão CBS News, este foi o último debate que está previsto no ciclo eleitoral. As eleições estão marcadas para 05 de novembro e vários estados já começaram a permitir o voto antecipado e por correspondência.

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