A equipa do opositor russo Alexei Navalny, morto na sexta-feira na prisão em circunstâncias pouco claras, disse hoje que os investigadores vão realizar uma perícia ao seu corpo durante pelo menos 14 dias antes de o entregar à família.."Os investigadores disseram aos advogados e à mãe de Alexei que não devolverão o seu corpo, sobre o qual será realizada uma chamada 'perícia química' durante 14 dias", escreveu a porta-voz do opositor russo no X, Kira Iarmich..O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais opositores do presidente russo, Vladimir Putin, morreu aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos..Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência..Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizaram Putin pela sua morte, uma alegação rejeitada pelo Kremlin..UE exige investigação internacional e independente.A União Europeia (UE) exigiu entretanto à Rússia que permita uma investigação internacional independente às circunstâncias da "morte súbita" de Alexei Navalny, líder da oposição russa, anunciada na sexta-feira.."A Rússia deve permitir uma investigação internacional independente e transparente sobre as circunstâncias desta morte súbita. A UE, em estreita coordenação com os parceiros, não poupará esforços para responsabilizar a liderança política e as autoridades russas, e para impor consequências pelos seus atos, nomeadamente através de sanções", disse o alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, citado em comunicado..O chefe da diplomacia europeia disse que a UE "está indignada com a morte do político da oposição russa Alexei Navalny, cuja responsabilidade recai, em última instância, sobre o Presidente [da Rússia] Vladimir Putin e as autoridades russas".."Alexei Navalny teve a coragem de regressar à Rússia após uma tentativa de assassinato com recurso ao agente neurotóxico 'Novichok', que está proibido pela Convenção sobre as Armas Químicas e da qual a Federação da Rússia é um Estado-parte", acrescentou Borrell..O opositor ao regime de Putin estava "a cumprir várias penas com motivações políticas numa colónia penal na Sibéria com condições rigorosas" e a UE considerou que foi transferido para este estabelecimento prisional para ficar isolado do resto do mundo.."O acesso a Alexei Navalny por parte da família estava restringido. Os seus advogados têm sido assediados e três deles encontram-se em prisão preventiva desde outubro de 2023", referiu..Para os 27, a "morte inesperada e chocante de Alexei Navalny é mais um sinal da intensificação da repressão sistemática na Rússia"..Borrell apelou à libertação "imediata e incondicional" de todos os "presos políticos, incluindo Yuri Dmitriev, Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin, Alexei Gorinov, Lilia Chanysheva, Ksenia Fadeeva, Alexandra Skochilenko e Ivan Safronov".