Alexei Navalny morreu na prisão. Tinha 47 anos
Alexei Navalny morreu na prisão. Tinha 47 anosEPA/ROBERT GHEMENT

Corpo de Navalny será examinado durante pelo menos 14 dias

"Os investigadores disseram aos advogados e à mãe de Alexei que não devolverão o seu corpo, sobre o qual será realizada uma chamada 'perícia química' durante 14 dias", informou a porta-voz do opositor russo. União Europeia quer investigação independente.
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A equipa do opositor russo Alexei Navalny, morto na sexta-feira na prisão em circunstâncias pouco claras, disse hoje que os investigadores vão realizar uma perícia ao seu corpo durante pelo menos 14 dias antes de o entregar à família.

"Os investigadores disseram aos advogados e à mãe de Alexei que não devolverão o seu corpo, sobre o qual será realizada uma chamada 'perícia química' durante 14 dias", escreveu a porta-voz do opositor russo no X, Kira Iarmich.

Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizaram Putin pela sua morte, uma alegação rejeitada pelo Kremlin.

UE exige investigação internacional e independente

A União Europeia (UE) exigiu entretanto à Rússia que permita uma investigação internacional independente às circunstâncias da "morte súbita" de Alexei Navalny, líder da oposição russa, anunciada na sexta-feira.

"A Rússia deve permitir uma investigação internacional independente e transparente sobre as circunstâncias desta morte súbita. A UE, em estreita coordenação com os parceiros, não poupará esforços para responsabilizar a liderança política e as autoridades russas, e para impor consequências pelos seus atos, nomeadamente através de sanções", disse o alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, citado em comunicado.

O chefe da diplomacia europeia disse que a UE "está indignada com a morte do político da oposição russa Alexei Navalny, cuja responsabilidade recai, em última instância, sobre o Presidente [da Rússia] Vladimir Putin e as autoridades russas".

"Alexei Navalny teve a coragem de regressar à Rússia após uma tentativa de assassinato com recurso ao agente neurotóxico 'Novichok', que está proibido pela Convenção sobre as Armas Químicas e da qual a Federação da Rússia é um Estado-parte", acrescentou Borrell.

O opositor ao regime de Putin estava "a cumprir várias penas com motivações políticas numa colónia penal na Sibéria com condições rigorosas" e a UE considerou que foi transferido para este estabelecimento prisional para ficar isolado do resto do mundo.

"O acesso a Alexei Navalny por parte da família estava restringido. Os seus advogados têm sido assediados e três deles encontram-se em prisão preventiva desde outubro de 2023", referiu.

Para os 27, a "morte inesperada e chocante de Alexei Navalny é mais um sinal da intensificação da repressão sistemática na Rússia".

Borrell apelou à libertação "imediata e incondicional" de todos os "presos políticos, incluindo Yuri Dmitriev, Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin, Alexei Gorinov, Lilia Chanysheva, Ksenia Fadeeva, Alexandra Skochilenko e Ivan Safronov".

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