A presidente peruana, Dina Boluarte, foi destituída esta sexta-feira, 10 de outubro, pelo Congresso, poucas horas depois de vários grupos políticos terem apresentado as primeiras moções para o seu afastamento por motivos de incapacidade moral na sequência de acusações de corrupção, mas também pela crescente onda de crimes no país.“A destituição da presidente foi aprovada”, anunciou o líder do Congresso peruano, José Jerí, no final de uma sessão à qual Dina Boluarte não compareceu, apesar de ter sido convocada. Cerca de uma hora depois, Jerí foi eleito pelos deputados como o novo presidente do país, tendo tomado posse logo em seguida. O sétimo presidente do Peru desde 2016, fez saber que vai ter uma abordagem dura em relação à insegurança, dizendo que "o principal inimigo está nas ruas: os gangues criminosos". "Devemos declarar guerra ao crime", acrescentou.Boluarte já tinha sido objeto de várias tentativas de destituição, mas sem sucesso. Desta vez, os partidos de direita e extrema-direita que apoiavam até agora a chefe de Estado recuaram.A agora ex-chefe de Estado enfrenta uma alta taxa de impopularidade, tendo o seu mandato ficado marcado por escândalos como o Rolexgate, sobre joias e relógios de luxo que não terá declarado, e uma rinoplastia realizada em julho de 2023, mantida em segredo, infringindo assim a lei. Paralelamente, nas últimas, semanas, os protestos contra o seu Executivo cresceram na sequência de uma onda de extorsões e assassinatos atribuídos ao crime organizado.Pouco depois de ter sido destituída, Boluarte discursou no palácio presidencial, onde reconheceu que o mesmo Congresso que a tinha empossado no final de 2022 (na sequência da destituição do então presidente Pedro Castillo) tinha votado agora a sua destituição, "com as implicações que isso tem para a estabilidade da democracia no nosso país". "A todo o momento, clamei por unidade", acrescentou. .Dina Boluarte, a advogada que é a primeira mulher presidente do Peru.México confirma pedido de asilo do presidente deposto do Peru