Marcus Monzo no momento da detenção
Marcus Monzo no momento da detenção

Condenado a prisão perpétua brasileiro que matou adolescente com uma espada em Londres

Marcus Monzo foi condenado pelas acusações de tentativa de homicídio, ofensa à integridade física, roubo qualificado e posse de arma branca. Passará um mínimo de 40 anos na prisão.
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O cidadão brasileiro que matou no ano passado um adolescente britânico de 14 anos com uma espada de samurai em Hainault, leste de Londres, foi condenado esta sexta-feira, 27 de junho, a prisão perpétua, com um período mínimo de encarceramento de 40 anos.

Marcus Arduini Monzo, de 37 anos, foi condenado pelas acusações de tentativa de homicídio, ofensa à integridade física, roubo qualificado e posse de arma branca.

Tendo em conta o tempo que já cumpriu em prisão preventiva, isto significa que poderá ficar preso durante 38 anos e 309 dias antes de ter direito a liberdade condicional, numa altura em que terá pelo menos 75 anos de idade, mas não é certo que possa ser libertado.

Além de quase ter decapitado o jovem Daniel Anjorin, Monzo atacou outras cinco pessoas durante o ataque, de cerca de 20 minutos, a 30 de abril do ano passado.

Marcus Monzo no momento da detenção
Rapaz de 13 anos morre após ataque perto de estação de metro em Londres. Homem com espada detido

"Em Hainault, no leste de Londres, pouco antes das 7h00 do dia 30 de Abril do ano passado, o tempo estava bom e as ruas começavam a encher-se de pessoas a caminho do trabalho e até de algumas crianças a sair mais cedo para a escola. Nos 20 minutos que se seguiram, aquele cenário pacífico e movimentado foi devastado, com pessoas a serem atacadas, polícias gravemente feridos, um casal aterrorizado na sua própria casa e um jovem inteligente e talentoso morto. Tu, Marcus, fizeste tudo isto. O Daniel era um rapaz inteligente, tinha talento musical e praticava bem uma variedade de desportos. A sua perda é devastadora para os seus pais, o seu irmão, a sua irmã e os seus avós. Estou plenamente consciente de que nenhuma sentença que possa proferir poderá sequer começar a atenuar a dor da família do Daniel", afirmou o juiz ao proferir a sentença.

O pai do adolescente assassinado, Ebenezer Anjorin, disse à saída do tribunal que "este foi um capítulo doloroso e profundamente traumático" na sua vida e que "nenhum veredicto ou sentença poderá trazer de volta o filho". "Mas estamos gratos por ter sido feita justiça. O Daniel foi-nos tirado de uma forma que nenhuma família deveria ter de suportar", frisou.

"A sua vida tinha muito pela frente. Era talentoso academicamente, gentil e tinha um espírito generoso que tocava todos os que o conheciam. Transportamos essa luz connosco, mesmo neste momento sombrio", afirmou, assegurando que a família "honrará a memória do Daniel não à sombra desta tragédia, mas através do amor e da felicidade" que ele lhes trouxe e a todos aqueles que o conheceram.

Os procuradores disseram que Monzo tentou "matar o maior número de pessoas possível" sob o efeito de canábis, depois de esfolar e desossar o seu gato de estimação, Wizard.

Monzo, cidadão hispano-brasileiro de Newham, no leste de Londres, admitiu duas acusações de posse ilegal de arma, relacionadas com duas espadas, que disse ter comprado para fins de exibição, mas alegou não se recordar de ter realizado os ataques e negou o homicídio de Daniel, assim como quatro acusações de tentativa de homicídio, ofensas corporais, roubo qualificado e posse de arma branca.

Monzo foi, por outro lado, ilibado de uma acusação de tentativa de homicídio — mas, em vez disso, considerado culpado de ofensa à integridade física dolosa — e condenado por roubo qualificado e posse de arma branca.

O jovem Daniel, que tinha saído de casa por volta das 7h da manhã com auscultadores e roupa desportiva da escola, sofreu "quase uma decapitação" quando Monzo o atacou com a arma pelas costas, disse o procurador Tom Little KC. Testemunhas descreveram como Monzo corria "como um maníaco" e "parecia um pouco louco, como se não houvesse nada ali".

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