A 13 de novembro de 2015, nove homens armados e bombistas suicidas do grupo Estado Islâmico atacaram vários locais de Paris num intervalo de poucos minutos, naquele que é episódio de violência mais letal em França desde a Segunda Guerra Mundial. Começaram por atacar adeptos junto ao Stade de France, onde decorria um França-Alemanha em futebol, depois clientes de cafés e acabaram com um banho de sangue num concerto na sala de espetáculos Bataclan. No total, morreram 130 pessoas. O então presidente François Hollande chamou a estes ataques um “ato de guerra”, tendo declarado o estado de emergência em todo o país, o que permitiu investigações mais rápidas e levou à mobilização de 10.000 soldados. “Os franceses interiorizaram a ideia de que a ameaça é permanente”, declarou à Reuters Alexandre Papaemmanuel, especialista em segurança do Sciences Po Paris, acrescentando que as pessoas habituaram-se a ver soldados nas ruas.Muitas medidas tomadas como temporárias depois destes ataques acabaram por se tornar efetivas, com os governantes franceses a avançarem com peças de legislação para evitar que a tragédia do Bataclan se repetisse, nomeadamente dando mais poderes de vigilância ao Estado.Segundo o Politico, em 2017, por exemplo, uma nova lei deu ao governo o poder de implementar determinadas medidas de segurança sem aprovação judicial prévia até então só possíveis num estado de emergência, como encerrar locais de culto suspeitos de promover o extremismo. Três anos depois, foi apresentado um outro projeto de lei, criticado como sendo anti-muçulmano, para restringir as regras sobre o financiamento estrangeiro de grupos religiosos. Apesar da polémica, foi aprovado com um apoio da esquerda à direita. A data vai ser recordada esta quinta-feira, 13 de novembro, num jardim memorial junto à Câmara de Paris na presença do presidente Emmanuel Macron, de sobreviventes e familiares das vítimas. “A nação vai reunir-se para honrar a memória daqueles que perderam as suas vidas, demonstrar o seu apoio inabalável aos seus entes queridos, expressar a sua gratidão a todos os que intervieram (naquela noite) e reafirmar o seu compromisso contínuo com a luta contra o terrorismo”, disse o gabinete de Macron.."Meu Bataclan." Sobrevivente descreve o terror em banda desenhada.Terrorista identificado no Bataclan era filho de uma portuguesa