Cinco mortos em atropelamento em mercado de Natal na Alemanha. Suspeito fez publicações contra "islamização da Europa"
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Cinco mortos em atropelamento em mercado de Natal na Alemanha. Suspeito fez publicações contra "islamização da Europa"

Fontes locais dão conta de que o número de feridos ronda cerca de 200 pessoas, mais que o triplo dos 60 noticiados na noite de sexta-feira.
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Subiu para cinco o número de vítimas fatais após o atropelamento por parte de um carro a alta velocidade num mercado de Natal em Magdeburgo, na Alemanha, na última sexta-feira (20). Os números foram atualizados na manhã deste sábado após apuração feita pelos órgãos de comunicação social alemães WDR e NDR. 

De acordo com as mesmas fontes, o número de feridos pelo ataque também é maior do que o divulgado na noite de sexta. São pelo menos 200 feridos, mais do que o triplo dos 60 anunciados.

Em relação às vítimas fatais - entre elas uma criança - as autoridades locais já haviam alertado poucas horas após o ataque de que este número provavelmente aumentaria em breve. Segundo o Bild, outro meio de comunicação social germânico, 81 pessoas teriam sido encaminhadas para hospitais na próximidade do mercado.

As informações que chegam da Alemanha é de que condutor do carro, que foi preso no local, é um psiquitatra saudita de 50 anos. O suspeito vive na Alemanha desde 2006 e foi reconhecido como refugiado em 2016. De acordo com o jornal Der Spiegel, o médico não estaria indentificado como extremista pelos serviços de informação alemães. 

Vários meios de comunicação social alemães identificaram o homem como Taleb A., ocultando o seu apelido, em conformidade com as leis de privacidade. Descrevendo-se a si próprio como um antigo muçulmano, Taleb partilhou diariamente dezenas de 'tweets' e 'retweets' centrados em temas anti-islâmicos, criticando a religião e felicitando os muçulmanos que abandonaram a fé.

Acusou também as autoridades alemãs de não terem feito o suficiente para combater o que ele disse ser a "islamização da Europa". Alguns descrevem-no como um ativista que ajudou mulheres sauditas a fugir do seu país.

O autor do ataque também manifestou o seu apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita e anti-imigração. Recentemente, parecia estar concentrado na sua teoria de que as autoridades alemãs estavam a visar os requerentes de asilo sauditas.

A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, disse este sábado que o presumível autor do atropelamento é islamofóbico.  

Em visita ao local do atentado com vários ministros do seu Governo, incluindo Nancy Faeser, Olaf Scholz apelou à unidade nacional depois do ataque, que classificou como louco. O chanceler alemão prometeu "agir contra aqueles que querem semear o ódio".

Ao lado do chanceler, o chefe do governo regional, Reiner Haseloff, anunciou que o número de mortos tinha aumentado.

"Entretanto, já perdemos cinco vidas. E mais de 200 feridos, muitos deles graves e muito graves. E esta é uma dimensão que nenhum de nós poderia ter imaginado", declarou.

Olaf Scholz demonstrou "muita preocupação" por quase "40 pessoas feridas com tanta gravidade".

Os motivos do autor do ataque permanecem pouco claros. "Agora é importante esclarecer as coisas. E que isso seja feito de forma precisa e exata", disse Olaf Scholz.

"Temos de perceber exatamente quem é o autor do crime, o que fez e porquê, para podermos reagir com as necessárias consequências penais. E é isso que vamos fazer", prometeu.

O Deutsche Walle adianta que em outras cidades alemãs, como Berlin, houve um reforço policial em mercados de Natal. A cidade de Magdeburgo fica a cerca de 156 quilómetros de distância da capital alemã.

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