As manobras militares da China em torno de Taiwan iniciadas esta segunda-feira, 19 de dezembro, incluíram ataques contra alvos terrestres e marítimos, operações antissubmarinos e exercícios para garantir a “superioridade aérea regional”, segundo fontes militares chinesas.Em comunicado, o Comando do Teatro Oriental de Operações do Exército de Libertação Popular (ELP) informou que foram utilizados caças, bombardeiros e veículos aéreos não tripulados, em coordenação com artilharia de longo alcance, para simular ataques contra “alvos móveis em terra” em zonas centrais do Estreito de Taiwan.O mesmo Comando, responsável pelas operações militares em torno da ilha, indicou também que foram mobilizados contratorpedeiros, fragatas, caças, bombardeiros e veículos aéreos não tripulados (drones) para exercícios nas águas e no espaço aéreo a norte e a sudoeste de Taiwan.“O treino centrou-se na deteção e neutralização de alvos em águas e espaço aéreo, ataques simulados contra alvos terrestres e fogo real contra alvos marítimos”, referiu o ELP, através da sua conta oficial na rede social Weibo.Numa terceira fase, o Comando anunciou manobras com navios e aeronaves de guerra nas águas e espaço aéreo a leste de Taiwan, focadas em “assaltos contra alvos marítimos, conquista da superioridade aérea regional, caça a submarinos e operações antissubmarinos”.“Os exercícios testaram as capacidades de coordenação ar-mar e a precisão na busca, identificação e neutralização de alvos”, indicou o comunicado.Meng Xiangqing, professor da Universidade Nacional de Defesa da China, afirmou aos órgãos de comunicação estatais que o “bloqueio e controlo” foi uma das principais vertentes dos exercícios, referindo como exemplos duas zonas localizadas frente ao porto de Keelung, na costa nordeste da ilha, e nas águas e espaço aéreo de Kaohsiung, o principal porto do sul de Taiwan.Paralelamente, a Guarda Costeira da China anunciou esta segunda-feira o início de patrulhas de “aplicação integrada da lei” em águas próximas de Taiwan e nos arredores dos arquipélagos de Matsu e Wuqiu, próximos da costa chinesa, mas sob controlo de Taipé.Segundo um comunicado divulgado na rede social WeChat, os guardas costeiros da província de Fujian, situada em frente a Taiwan, destacaram embarcações para zonas marítimas adjacentes às áreas mencionadas a partir de 29 de dezembro.O porta-voz Zhu Anqing classificou a operação como uma “medida prática” para exercer jurisdição sobre Taiwan e as suas ilhas adjacentes, conforme o princípio de “Uma Só China”, defendido por Pequim.Estas ações enquadram-se na operação denominada “Missão Justiça-2025”, apresentada hoje pelas autoridades chinesas como uma resposta para “emitir um sério aviso” às forças independentistas de Taiwan e às potências estrangeiras que, segundo Pequim, interferem na questão da ilha.Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949, mas a República Popular da China considera a ilha uma “parte inalienável” do seu território e não exclui o uso da força para garantir a reunificação, posição rejeitada pelo Governo taiwanês.