Os Estados Unidos da América continuam a ser o "maior aliado" da União Europeia, afirmou este sábado, 6 de dezembro, a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, após a nova estratégia de segurança dos norte-americanos antecipar o "declínio civilizacional" da Europa."Os Estados Unidos continuam a ser o nosso maior aliado… nem sempre concordamos em todas as questões, mas o princípio geral permanece o mesmo. Somos os principais aliados e devemos permanecer unidos", disse a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, quando questionada sobre o documento durante a participação no Fórum de Doha, no Catar.A Administração norte-americana, liderada pelo presidente Donald Trump, alertou na sexta-feira para o perigo de “extinção civilizacional” da Europa, caso se mantenham as “tendências atuais”, num documento estratégico sobre a segurança nacional dos Estados Unidos da América..Trump avisa para o risco de "extinção civilizacional" da Europa. Continente ficará "irreconhecível". “Se as tendências atuais continuarem, o continente [Europa] vai ficar irreconhecível dentro de 20 anos ou menos”, lê-se no documento de 33 páginas, analisado pela agência de notícias francesa AFP, onde é ainda defendida a “restauração da supremacia” dos EUA na América Latina.Trump, no prefácio, resume: "Pomos a América em primeiro lugar em tudo o que fazemos".O documento considera ainda "mais do que plausível que em poucas décadas" os membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla inglesa) sejam predominantemente Estados não europeus e questiona se os países europeus “perceberão o seu lugar no mundo ou a sua aliança com os Estados Unidos, da mesma forma que aqueles que assinaram a carta da organização”.A Casa Branca lamenta ainda decisões europeias que "minam a liberdade política e a soberania, as políticas migratórias que estão a transformar o continente [Europa] e a criar tensões, assim como a censura à liberdade de expressão e a repressão à oposição política, a queda nas taxas de natalidade e a perda de identidades nacionais".Washington manifesta desejo de que "a Europa permaneça europeia, recupere sua autoconfiança civilizacional e abandone sua obsessão infrutífera com o sufoco regulatório".No texto, defende-se que “a era das migrações massivas tem de acabar” e que “a segurança das fronteiras é o principal elemento da segurança nacional [norte-americana]”.A nova estratégia norte-americana anuncia ainda um “reajustamento” da presença militar dos EUA no Mundo “para responder às ameaças emergentes” e um “afastamento de ‘teatros’ [de operações] cuja importância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nos últimos anos ou décadas”.O documento afirma que “a razão histórica da América para se concentrar no Oriente Médio diminuirá”, frisando a necessidade de esforços para aumentar o fornecimento de energia por parte dos EUA.