Hamas responde a proposta de cessar-fogo dos EUA com exigência de fim da guerra
O Hamas anunciou este sábado (31) ter respondido formalmente à proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, através do enviado para o Médio Oriente do Presidente Donald Trump, Steve Witkoff.
Segundo o grupo islamista, a resposta foi dada após uma ronda de “consultas nacionais” e assenta em três princípios: alcançar um cessar-fogo permanente, garantir a retirada total das forças israelitas da Faixa de Gaza e assegurar o fluxo contínuo de ajuda humanitária à população.
O plano americano, recorde-se, prevê uma trégua de pelo menos 60 dias, durante a qual seriam libertados dez reféns vivos e entregues os corpos de outros 18, em troca da libertação de prisioneiros palestinianos.
As informações da resposta do Hamas foram avançadas pela agência Reuters, que cita ainda uma fonte palestiniana próxima das negociações, segundo a qual o Hamas sugeriu algumas alterações ao plano, mantendo uma posição globalmente positiva.
A proposta norte-americana tem sido discutida nas últimas semanas com o envolvimento de mediadores regionais e internacionais. Representa, até ao momento, um dos esforços mais concretos para restabelecer uma trégua, após o colapso do último cessar-fogo em março.
Apesar da nova resposta, as divergências persistem: Israel insiste no desarmamento total do Hamas, no fim da sua estrutura militar e na libertação dos 58 reféns ainda detidos antes de aceitar qualquer cessação definitiva das hostilidades.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não comentou oficialmente a proposta, mas a imprensa israelita avançou que o líder terá admitido, em reunião com familiares de reféns, a aceitação do plano apresentado por Witkoff.
A guerra entre Israel e o Hamas foi intensificada após os ataques de 7 de Outubro de 2023, que causaram cerca de 1200 mortos em Israel e resultaram no sequestro de 250 pessoas. Desde então, a ofensiva israelita sobre Gaza já provocou mais de 54 mil mortos, segundo números divulgados pelas autoridades de saúde palestinianas.
Apesar da crescente pressão internacional para uma solução negociada, o impasse mantém-se, com os dois lados a divergirem nos próximos passos do conflito – como é o caso da mais recente proposta norte-americana.
Notícia atualizada às 17:45
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