A União Democrata-Cristã (CDU) de Friedrich Merz caiu para segundo lugar das intenções de voto dos alemães, surgindo atrás do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), numa altura em que o chanceler está a celebrar os primeiros cem dias no poder.Segundo uma sondagem da Forsa para o Trendbarometer da RTL/ntv, divulgada esta terça-feira (12 de agosto), a AfD surge como a força política preferida dos alemães, com 26% das intenções de voto, mais dois pontos percentuais do que os conservadores de Merz. De notar que esta não é a primeira vez que a AfD está à frente dos conservadores nas sondagens, tendo ocupado também a liderança nos números da Forsa revelados em abril.Estes 24% da CDU são o pior valor de intenções de voto alcançado pelos conservadores desde a eleição federal de 2021, então liderados por Armin Laschet, quando não foram além dos 24,1%, o mais baixo resultado na história do partido.Já os social-democratas do SPD, parceiros minoritários da coligação governamental, surgem com 13%, menos três pontos percentuais do resultado que alcançaram nas eleições federais de fevereiro. Os Verdes conquistaram um ponto, surgindo também com 13%. A Esquerda perdeu um ponto e está com 11%, enquanto que os liberais do FDP (3%) e a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW, 4%) mantiveram as suas intenções de voto. A quantidade de eleitores indecisos e abstencionistas subiu para 25%.O mesmo Trendbarometer da RTL/ntv aponta que a maioria dos alemães está descontente com a gestão de Friedrich Merz como chanceler, com 67% dos inquiridos a afirmar “não estar satisfeito” com o seu desempenho após 100 dias no cargo, sendo que apenas 29% dos inquiridos mostram estar satisfeitos com o desempenho do chanceler, menos três pontos percentuais do que no inquérito anterior e também o mais baixo desde que assumiu o cargo em maio.Por outro lado, apenas 19% dos alemães acreditam que a CDU pode enfrentar eficazmente os desafios do país, enquanto que o nível de confiança na AfD nesse sentido aumentou para 12%. O SPD conta somente com o apoio de 7% da população, um pouco acima dos Verdes (5%) e da Esquerda (5%), cujos valores permanecem inalterados. Já metade dos alemães (50%) não confia em nenhum partido para enfrentar os desafios atuais do país.Mesmo assim, uma curta maioria (52%) acredita que a coligação governamental vai conseguir chegar ao final da legislatura, em 2029, já 43% esperam um fim antecipado. Esta confiança é particularmente elevada entre os apoiantes da CDU de Merz (81%), do SPD (64%) e dos Verdes (67%)..Merz ultrapassa derrota histórica e vai começar a mostrar que Berlim está de volta ao palco europeu