O governo do estado de São Paulo, no Brasil, confirmou a segunda morte em decorrência da ingestão de bebidas alcóolicas contaminadas por metanol, um tipo de álcool industrial utilizado na fabricação de solventes. De acordo com o boletim deste sábado, 4 de outubro, libertado pela secretaria da Saúde daquele estado, a vítima é um homem de 46 anos, que morreu no último dia 2, depois de ter sido internado em estado grave. De acordo com informações do portal brasileiro G1, a autópsia da vítima apontou para “intoxicação por metanol, insuficiência renal aguda, choque distributivo e morte encefálica”. A morte ocorreu quatro dias depois de o homem ter bebido vodca num bar na cidade de São Paulo.A primeira morte confirmada foi a de um homem de 54 anos, também em São Paulo, que faleceu no dia 16 de setembro depois de ficar quatro dias internado e apresentar sintomas na sequência da ingestão de bebida alcóolica destilada.AntídotoO governo brasileiro começou a distribuir antídotos às unidades de saúde que reportaram casos com sintomas suspeitos de que são provocados pelo metanol. Duas substâncias são utilizadas no tratamento: o etanol farmecêutico e o fomepizol.Na primeira remessa, foram enviadas 580 ampolas de etanol farmacêutico a cinco estados, de um inventário de 4,3 mil unidades do Sistema Único de Saúde (o serviço nacional de saúde brasileiro).O ministério da Saúde já autorizou a compra adicional de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico, além de 2,5 mil unidades de fomepizol. Além disso, também foram identificadas "604 farmácias de manipulação aptas a produzir o etanol farmacêutico, garantindo cobertura em todas as capitais para atendimento rápido a um aumento de procura. Em relação ao fomepizol, sete fornecedoras internacionais já foram identificadas com capacidade de produção", informou um comunicado oficial.InvestigaçãoOs relatos de intoxicação por metanol no Brasil começaram a despontar em meados de setembro. O boletim mais recente do Ministério da Saúde confirma 14 casos, com 181 ocorrências ainda sob investigação em vários estados.Em conferência de imprensa, o ministro da tutela, Alexandre Padilha, recomendou aos brasileiros que "neste momento evitem ingerir bebidas destiladas, sobretudo aquelas em que a garrafa é feita com a rosca".A referência deve-se ao facto de que todos os casos, até agora, surgiram em consequência da ingestão de bebidas alcóolicas destiladas, como vodca, whisky e cachaça, vendidas mais comummente em garrafas com tampas de rosca, apontadas pela polícia como mais fáceis de serem falsificadas."Até agora, o que foi identificado é a presença desse crime em bebidas destiladas em que a garrafa é feita com rosca. Não foi identificada, por exemplo, nas latinhas, que seria muito mais difícil a pessoa adulterar e fechar de novo, ou mesmo naquelas garrafas que a tampa é metálica, igual a de refrigerante, de cerveja, que é mais difícil você abrir e segurar o gás, adulterar sem a pessoa perceber essa adulteração", disse Alexandre Padilha.A situação, dramática, continua a ter repercussão internacional. O canal France 24 destacou que as "caipirinhas estão canceladas" no Brasil neste momento, com o país em alerta devido a "bebidas mortais".O Ministério Público Federal abriu uma investigação. Já a polícia, em São Paulo, conseguiu identificar fábricas de bebidas clandestinas que poderão estar ligadas aos casos naquele estado..Bolsonaro, carne e café na agenda de encontro entre Trump e Lula .Portugal inicia reestruturação interna nos consulados para agilizar pedidos de vistos no Brasil