Em Espanha, como em Portugal, também já estalou a polémica das vacinações indevidas. E há um caso que está a dar que falar e que envolve o bispo de Cartagena e outros membros da cúpula da igreja da região de Múrcia..José Manuel Lorca Planes, o bispo de Cartagena, foi vacinado indevidamente a 19 de janeiro e, para isso, fez-se passar por capelão do lar Hogar de Betania, gerido pela diocese de Múrcia. De acordo com o protocolo de vacinação de Espanha, capelães de hospitais e lares de idosos são incluídos como pessoal da linha de frente no protocolo de vacinação..De acordo com o jornal La Opinión de Murcia, Lorca Planes, bem como o seu secretário pessoal, o bispo auxiliar, o ex-arcebispo de Burgos e o cónego da catedral de Múrcia receberam a primeira dose da vacina a 19 de janeiro. Todos estes nomes faziam parte de uma lista enviada para o Ministério da Saúde espanhol, como pessoas indicadas para serem vacinadas, sendo que Lorca Planes aparece como capelão do lar, enquanto os restantes elementos da igreja vacinados indevidamente surgem como trabalhadores daquele centro.Entretanto, a diocese já veio dizer que Lorca Planes "em nenhum momento pensou que agia mal" e que "nunca pensou na possibilidade de faltarem vacinas". Assim sendo, justifica ainda que o bispo foi vacinado como presidente da direção do lar, onde ainda "no dia 30 de janeiro foi celebrar a Eucaristia com os residentes"..Jaime Pérez, porta-voz da Comissão de Acompanhamento da covid-19 na Região de Múrcia, já veio dizer que a vacinação do bispo e dos restantes eclesiásticos vão ser investigadas..Em Espanha, este não é o primeiro caso de vacinação indevida entre membros da igreja, depois de três outros bispos - de Maiorca, Alicante e Tenerife - se terem registado como residentes em casas de padres aposentados, onde na realidade não viviam.