Autoridades restringem voos de helicópteros perto de aeroporto em Washington após colisão

Bombeiros descartam a existência de sobreviventes do acidente em Washington. Já foram retirados 41 corpos do rio Potomac. Autoridades abriram uma investigação.
Autoridades restringem voos de helicópteros perto de aeroporto em Washington após colisão
EPA/PETTY OFFICER 2ND CLASS TAYLOR BACON

Procuradores democratas criticam Trump por associar leis de diversidade ao desastre aéreo

Doze procuradores-gerais democratas acusaram hoje o Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, de utilizar as políticas de diversidade como uma arma para enganar, considerando um insulto associá-las ao recente acidente de aviação em Washington.

O grupo de procuradores denunciou, em comunicado, o desmantelamento, por decretos de Trump, das políticas de diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade (DEI) nos Estados Unidos, e garantiu que estas medidas combatem a discriminação, não a causam, como o chefe de Estado deu a entender.

"As suas alegações infundadas e ofensivas de que estas iniciativas contribuíram de alguma forma para o trágico acidente de avião desta semana são um insulto àqueles que estão de luto e às pessoas que trabalham nas forças armadas e no controlo do tráfego aéreo", destacaram os procuradores.

O grupo, liderado pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, realçou que as políticas do DEI são "consistentes com as leis estaduais e federais antidiscriminação" e criticou "as tentativas do presidente de usar como arma política" estas medidas, que foram "apoiadas por administrações democratas e republicanas".

"Ao contrário do que afirma o presidente Trump, as políticas que quer eliminar não reduzem a importância do mérito individual, nem exigem que os empregadores baixem os seus padrões, contratem candidatos não qualificados ou tenham preferências baseadas na raça e no sexo", sublinharam os procuradores democratas.

Os procuradores lembraram a Trump que tem leis de direitos civis à disposição "para combater a discriminação real" e manifestaram-se disponíveis para ajudá-lo se o republicano "escolher esse caminho".

Condenaram ainda "qualquer tipo de discriminação" e denunciaram "a narrativa enganadora que tem sido utilizada para justificar" o desmantelamento das políticas da DEI.

A carta é assinada por procuradores-gerais de doze estados liderados pelos democratas, como Nova Iorque, Califórnia, Massachusetts e Illinois.

Autoridades restringem voos de helicópteros perto de aeroporto em Washington após colisão

A Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) impôs hoje restrições aos voos de helicópteros em zonas de Washington próximas do aeroporto Ronald Reagan, onde um avião comercial e um helicóptero colidiram na quarta-feira, matando 67 pessoas.

Segundo declarações de um agente da FAA à cadeia televisiva NBC News, citadas pela agência noticiosa Efe, as restrições afetam duas rotas de helicópteros perto do aeroporto.

A zona 1, que abrange o espaço aéreo entre algumas das pontes sobre o rio Potomac, está inativa, enquanto na zona 2, os helicópteros apenas podem voar a sul da ponte Woodrow Wilson.

A FAA, a agência responsável pela segurança e regulamentação da aviação, disse à comunicação social que serão aplicadas exceções nos casos de emergências médicas ou por operações policiais.

Trump assinou memorando para avaliação imediata da aviação federal

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, revelou esta sexta-feira em conferência de imprensa que Donald Trump assinou um memorando para a avaliação imediata da aviação federal após a queda do avião e descreve que tal incluirá uma revisão dos "padrões de contratação e de segurança da aviação".

"A segurança da aviação foi abordada pelo presidente Trump antes mesmo deste trágico acontecimento. No seu segundo dia de mandato, o presidente assinou um memorando para interromper os programas de contratação de Biden e regressar à contratação não discriminatória baseada no mérito”, revelou.

Leavitt lembrou ainda que no primeiro mandato de Trump, em 2018, o departamento dos transportes anunciou que iria acabar com a utilização do questionário biológico introduzido pela administração Obama, que "punia os candidatos qualificados".

NTSB analisa dados da caixa negra do avião da American Airlines

Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA já analisa as caixas negras.
Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA já analisa as caixas negras. EPA/NTSB

O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) já está a analisar os dados e as gravações das comunicações que constam das caixas negras do avião da American Airlines que colidiu com um helicóptero militar junto ao rio Potomac, em Washington DC.

Retirados 41 corpos do local do acidente

O número de corpos retirados do local do acidente no rio Potomac aumentou agora para 41, avança a NBC News.

As operações de recuperação dos corpos começaram esta sexta-feira, havendo ainda 26 passageiros desaparecidos.

Só helicópteros autorizados podem passar junto ao aeroporto

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos restringiu a circulação de helicópteros aos que pertencem à polícia e aos de emergência médica.

A notícia foi avançada pela Reuters, citando um funcionário da FAA, garantindo que essas limitações são válidas para a área entre as pontes do rio Potomac e o Aeroporto Nacional Reagan, em Washington.

Trump culpa helicóptero militar por acidente em Washington que matou 67 pessoas

O presidente norte-americano, Donald Trump, atribuiu esta sexta-feira a culpa do acidente aéreo que matou 67 pessoas em Washington na quarta-feira ao helicóptero Black Hawk que chocou com um avião de passageiros.

"O helicóptero Black Hawk estava a voar demasiado alto, de longe", disse Trump numa mensagem publicada na sua rede social, segundo a agência espanhola Europa Press.

Trump disse que o helicóptero estava a uma altitude "bem acima do limite de 200 pés", ou 60 metros, e afirmou estar convencido da sua teoria.

"Não é muito complicado de entender, não é?", comentou.

Os comentários de Trump surgem um dia depois de ter questionado as ações do piloto do helicóptero militar, ao mesmo tempo que responsabilizou as iniciativas de diversidade por prejudicarem a segurança aérea.

Helicóptero voava fora da rota e controlador aéreo deixou o posto de trabalho mais cedo

O jornal norte-americano New York Times (NYT) revelou hoje que o helicóptero militar Black Hawk, que embateu no avião da American Airlines voava fora da trajetória de voo que tinha sido aprovada, acrescentando que os pilotos do voo comercial não terão visto o aparelho da Força Aérea americana quando estavam a fazer a curva de abordagem à pista do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington.

Associado a esta falha no helicóptero, estará ainda o facto o controlador de tráfego aéreo estava com dois trabalhos em mãos - dava indicações a dois aviões - numa altura em que deveria haver outro profissional a trabalhar, mas que recebeu autorização para sair mais cedo do trabalho.

Uma situação invulgar, segundo o New York Times, uma vez que só apenas depois das 21.30 horas é que o número de controladores aéreos é reduzida devido à diminuição de tráfego naquele aeroporto. Pois bem, o coordenador da torre de controlo, terá permitido a saída do funcionário um pouco antes das 21.00 horas, deixando um outro trabalhador sobrecarregado.

O NYT acrescenta que o helicóptero devia estar a voar a mais baixa altitude, mais perto das margens do rio, quando se deu o embate, numa altura em que o espaço aéreo junto ao aeroporto Reagan estava muito congestionado.

caixRelatório preliminar à colisão aérea será conhecido no prazo de 30 dias

A Comissão Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA anunciou que irá apresentar um relatório preliminar sobre a trágica colisão aérea, em Washington, no prazo de 30 dias.

As causas deste acidente não são ainda conhecidas, mas o presidente norte-americano garantiu: “Descobriremos como este desastre ocorreu e garantiremos que nada parecido aconteça novamente".

Donald Trump culpou, no entanto, a administração de Joe Biden, e as suas políticas de inclusão, por baixar os padrões de contratação, apontando o dedo à Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).

Um dia antes do acidente, outro avião teve de evitar o tráfego de helicópteros no mesmo aeroporto

Um dia antes da trágica colisão aérea em Washington, um outro avião teve de evitar a aterragem no mesmo aeroporto para evitar o tráfego de helicóteros.

Segundo a NBC News, o voo 4514 da Republic Airways teve de fazer um “go-around” quando se preparava para aterrar no aeroporto nacional Ronald Reagan, em Washington, segundo revela o áudio do controlo de tráfego aéreo do LiveATC.net.

O avião acabaria por aterrar em segurança no aeroporto às 20:11, acrescentou a NBC News.

Retirados 40 corpos do rio Potomac

O chefe dos bombeiros de Washington, John Donnelly, informou que, até agora, foram retirados 40 corpos do rio Potomac.

Estavam a bordo do avião 64 pessoas, enquanto três soldados seguiam no helicóptero no momento da colisão aérea.

Recuperadas as duas caixas negras do avião

Já foram recuperadas as caixas negras do avião.
Já foram recuperadas as caixas negras do avião. EPA/NTSB / HANDOUT

As duas caixas negras do avião que se despenhou em Washington na quarta-feira à noite, após colidir com um helicóptero militar, causando 67 mortos no total, foram encontradas, de acordo com os meios de comunicação social norte-americanos.

O gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo foram recuperados pelos investigadores, revelaram na quinta-feira fontes anónimas à CBS News e à ABC News.

Estas caixas negras estavam submersas, mas deverão poder ser analisadas, explicou na quinta-feira o Conselho Americano de Segurança nos Transportes (NTSB), uma agência independente encarregada de investigar acidentes de transporte civil.

Pessoal do controlo aéreo "não era o normal"

Um relatório da Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) referiu hoje que o pessoal na torre de controlo de tráfego aéreo "não era o normal" no momento da colisão aérea mortal perto de Washington.

O relatório, divulgado pela agência Associated Press (AP), diz que um controlador de tráfego aéreo estava a trabalhar em duas posições no momento do acidente, que matou 67 pessoas.

"A configuração da posição não era normal para a hora do dia e o volume de tráfego", pode ler-se.

Nick Daniels, presidente da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo, realçou numa declaração que "seria prematuro especular sobre a causa raiz deste acidente".

"Aguardaremos as conclusões [das autoridades] e utilizaremos esta informação para ajudar a orientar decisões e mudanças para melhorar e melhorar a segurança da aviação", realçou.

Os investigadores do acidente aéreo adiantaram hoje que esperam ter conclusões preliminares dentro de 30 dias sobre as causas do acidente, no qual um avião de passageiros colidiu com um helicóptero.

"A nossa intenção é ter um relatório preliminar dentro de 30 dias. O relatório final será emitido assim que tivermos concluído toda a nossa investigação e apuramento de factos", explicou Todd Inman, membro da equipa de investigação, numa conferência de imprensa no Aeroporto Ronald Reagan, na capital dos EUA.

Os investigadores, que ainda não recuperaram as caixas negras da aeronave, vão permanecer na zona "o tempo que for necessário", acrescentou Inman, que salientou que a sua "missão é perceber não só o que aconteceu, mas o porquê e recomendar mudanças para evitar que volte a acontecer".

Por sua vez, Jennifer Homendy, diretora do National Transportation Safety Board (NTSB), uma agência independente encarregada de investigar acidentes de transporte civil, disse que os investigadores devem verificar as informações, mas pediu para não especular sobre as causas do acidente.

Antigo ministro dos Transportes dos EUA critica reação "desprezível" de Trump

O antigo secretário dos Transportes dos Estados Unidos (EUA), Pete Buttigieg, criticou hoje a reação "desprezível" do Presidente norte-americano, Donald Trump, na sequência da colisão entre um helicóptero e um avião em Washington, que matou 67 pessoas.

"É desprezível. Numa altura em que as famílias estão de luto, Trump devia estar a liderar, não a mentir", afirmou Buttigieg na rede social X, após o Presidente norte-americano ter responsabilizado as políticas dos seus antecessores democratas Barack Obama e Joe Biden pelo desastre aéreo.

Trump criticou hoje as políticas de diversidade e inclusão implementadas durante a presidência do seu antecessor democrata Joe Biden (2021-2025) e referiu-se a Pete Buttigieg como "um desastre".

"Demos prioridade à segurança, reduzimos o número de acidentes, desenvolvemos o controlo do tráfego aéreo e não registámos uma única morte devido a um acidente com uma aeronave comercial nos milhões de voos realizados sob o nosso mandato", salientou o antigo secretário dos Transportes norte-americano.

Buttigieg criticou ainda Donald Trump por despedir "pessoal-chave que contribuiu para a segurança dos céus", antes de apelar ao novo Presidente norte-americano para "mostrar uma verdadeira liderança".

Trump nomeia comissário interino para a FAA

Durante a conferência de imprensa, Donald Trump anunciou Chris Rocheleau, antigo diretor de operações National Business Aviation Association, um grupo lobista na área da aviação civil, como comissário interino do regulador da aviação norte-americana (Federal Aviation Administration - FAA).

Donald Trump garantiu que Rocheleau é uma personalidade "altamente respeitado".

Trump confirma não haver sobreviventes e responsabiliza políticas de "diversidade" Obama e Biden. Casa Branca desconhece causas do acidente 

O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou esta quinta-feira que não há sobreviventes na sequência da colisão de um helicóptero militar com um avião da American Airlines, em Washington.

“Infelizmente, não há sobreviventes”, disse Trump em conferência de imprensa.

Segundo o presidente norte-americano, o momento é de "angústia". “Como nação, estamos de luto por cada alma preciosa que nos foi tirada tão subitamente”, lamentou.

“Não sabemos o que levou a este acidente, mas temos fortes opiniões e ideias muito fortes sobre o que aconteceu”, afirma Trump, sem revelar que opiniões tem a sua administração sobre o acidente.

No entanto, atacou as anteriores administrações de Joe Biden e Barack Obama pela atual regulação sobre o espaço aéreo norte-americano, incluindo a contratação de controladores aéreos ao abrigo de medidas de "diversidade e inclusão".

“Eu coloco a segurança em primeiro lugar, mas Obama, Biden e o Parido Democrata colocam a política em primeiro lugar”, afirmou, sem referir que entre as presidências de Barack Obama e Joe Biden houve quatro anos de presidência Trump (primeiro mandato).

“[Obama e Biden] Colocaram a política a um nível que nunca ninguém viu”, atirou, garantindo que, quando assumiu o cargo neste mês, assinou ordens executivas que “restabeleceram os mais elevados padrões de tráfego aéreo”.

O novo líder da Casa Branca criticou ainda a Administração Federal de Aviação (FAA) por contratar "trabalhadores com deficiências intelectuais graves, problemas psiquiátricos e outras condições mentais e físicas no âmbito de uma iniciativa de contratação de diversidade e inclusão".

O republicano frisou que os controladores aéreos devem ser "alguém intelectualmente superior" e criticou os programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), que já desmantelou por ordem executiva.

Prometeu, ainda, que qualquer acidente semelhante não voltará a acontecer.

Colisão de helicóptero contra avião ocorre numa altura em que FAA está sem presidente. Whitaker saiu antes de Trump tomar posse, pressionado por Musk

Mike Whitaker, que liderava o regulador da aviação norte-americana (FAA, na sigla anglo-saxónica) durante a administração de Joe Biden, demitiu-se antes da tomada de posse de Donald Trump.

De acordo com a CNN, a demissão ocorreu por pressão de Elon Musk, conselheiro especial na administração de Trump, deixando um vazio na liderança da FAA.

O cargo ainda não foi ocupado.

Donald Trump vai falar sobre o acidente aéreo

O presidente dos EUA, Donald Trump, vai dar uma conferência de imprensa às 16.00 horas (horário de Lisboa) sobre o acidente aéreo da última madrugada em Washington.

Governador da Virgínia diz que Conselho de Segurança Nacional está empenhado na investigação 

Glenn Youngkin, governador da Virgínia, garantiu que o Conselho de Segurança Nacional está a "empenhar pessoal de todo o país para iniciar uma investigação.

“As informações iniciais eram de que era tudo normal na aproximação para a aterragem do voo 5342 da American Airlines e que, de facto, os contatos tinha sido estabelecidos, tal como com o helicóptero militar”, disse Youngkin, defendendo que, afinal, não é um tudo rotina porque, "estão duas aeronaves no fundo do rio, com 67 mortes.”

Caixas negras ainda por recuperar

As autoridades norte-americanas ainda continuam à procura das caixas negras do avião e do helicóptero, de acordo com uma fonte citada pela NBC News.

As caixas negras serão importantes para apurar as circunstâncias em que se deu o acidente.

"Os pilotos eram experientes", assume o CEO da American Airlines

Os dois pilotos do avião da American Airlines eram “experientes”, de acordo com Robert Isom, CEO da companhia aérea.

“Sei que o capitão tinha quase seis anos de carreira e o primeiro oficial quase dois anos”, revelou.

Por sua vez, o secretário de Transportes, Sean Duffy, não tinha informações sobre o histórico de voo dos militares do helicóptero Black Hawk, mas garantiu que o facto de estarem em treinos não significa que os pilotos fossem inexperientes. “Essas missões servem para os nossos pilotos ganharem horas de voo”, explicou Duffy.

Secretário dos Transportes admite que colisão era "evitável"

Sean Duffy, secretário dos Transportes, admitiu em conferência de imprensa que a colisão entre o avião e o helicóptero era "absolutamente evitável".

“Vamos esperar que todas as informações cheguem, mas… do que vi até agora, parece-me que era evitável? Com certeza”, disse o secretário de Transportes, Sean Duffy.

Sean Duffy, secretário dos Transportes
Sean Duffy, secretário dos TransportesEPA/SHAWN THEW

Autoridades acreditam que todos os corpos serão recuperados

As autoridades norte-americanas acreditam que vão recuperar os corpos de todas as vítimas da colisão aérea. A garantia foi dada pelo chefe dos bombeiros John Donnelly.

No total serão 70 os mortos deste acidente, sendo que 28 corpos já foram recuperados, de acordo com o o chefe dos bombeiros. “Estou confiante de que vamos recuperar todos os corpos, mas isso levará um pouco de tempo e pode envolver mais alguns equipamentos”, esclareceu Donnelly, acrescentando que a próxima fase da operação será liderada pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes.

CEO da American Airlines questiona rota do helicóptero

O CEO da American Airlines mostrou-se surpreendido pelo facto de o helicóptero ter entrado na rota do avião de passageiros.

“Neste momento, não sabemos por que razão a aeronave militar entrou na rota do avião”, disse Robert Isom na conferência de imprensa de hoje.

Uma declaração que contrasta com as declarações de Sean Duffy, secretário dos Transportes, que garantiu que os dois aparelhos estavam com um “padrão de voo normal”.

Robert Isom publicou entretanto uma mensagem nas redes sociais, na qual expressa o seu "profundo pesar" pelas vítimas do acidente. "Os nossos esforços centram-se agora nas necessidades dos nossos passageiros, membros da tripulação, sócios, socorristas, juntamente com as suas famílias e entes queridos", acrescentou.

"Não acreditamos que haja sobreviventes", diz o chefe dos bombeiros

Também em conferência de imprensa, John Donnelly, chefe dos bombeiros de Washington DC.

"Não acreditamos que haja sobreviventes da colisão aérea sobre o rio Potomac. As equipas de resgate estão a conduzir uma operação de recuperação dos corpos", disse.

“Já passamos de uma operação de resgate para uma operação de recuperação de corpos. Neste momento, não acreditamos que haja sobreviventes do acidente”, acrescentou.

Helicóptero e avião efetuavam voos normais. Fuselagem do aparelho da American Airlines partiu-se em três

Sean Duffy, o secretário de Transportes, revelou em conferência de imprensa que tanto o helicóptero militar como o avião da American Airlines seguiram um voo padrão e que são frequentes naquela zona do rio Potomac.

"Estava uma noite com visibilidade, o helicóptero estava no seu voo normal. Quem vive na região de Washigton DC vê habitualmente os helicópteros a subir e a descer o rio", esclareceu, adiantando que o voo da American Airlines "estava a preparar-se para aterrar, seguindo uma rota padrão- Não é incomum uma aeronave militar a voar por cima do rio e um avião a aterrar no aeroporto”.

Sean Duffy revelou ainda que a fuselagem do avião caiu no rio e partiu-se em três. "A fuselagem do avião da American Airlines estava invertida e está localizado em três zonas diferentes", disse, acrescentando que os trabalhos de resgate dos corpos vai continuar.

Foram divulgados os áudios da torre de controlo do momento do acidente 

Autoridades restringem voos de helicópteros perto de aeroporto em Washington após colisão
"Torre, vocês viram aquilo?" Revelados os áudios do momento do embate entre helicóptero e avião em Washington

Reveladas novas imagens de uma câmara de videovigilância 

Mais de 30 corpos já foram resgatados do rio Potomac

Mais de 30 corpos foram recuperados do rio Potomac, onde o avião se despenhou após embater com o helicóptero. A notícia é avançada pela NBC Washington que cita dois familiares das vítimas.

Refira-se que as buscas decorrem numa altura que ainda é noite nos EUA, sendo que as condições meteorológicas são adversas.

As autoridades já confirmaram que no avião seguiam 64 pessoas, enquanto três estavam no helicóptero militar, um Black Hawk, que estavam em treinos quando se deu a colisão.

Decorrem as buscas pelas vítimas.
Decorrem as buscas pelas vítimas.EPA/SHAWN THEW

O acidente semelhante há 43 anos no rio Potomac

O acidente desta madrugada em Washington acontece 43 anos depois de um outro acidente semelhante. Foi a 13 de janeiro de 1982 quando um avião da Air Florida, que partia do Aeroporto Nacional de Washington para Fort Lauderdale, na Florida, embateu na numa ponte antes de se despenhar no gelo que cobria o rio Potomac.

Este acidente provocou a morte aos 74 passageiros que seguiam a bordo, bem como aos cinco membros da tripulação e quatro pessoas que conduziam os seus carros na ponte.

A investigação determinou que o acidente foi causado por múltiplas falhas, incluindo um erro da tripulação na remoção da neve e do gelo nas asas e no motor do avião durante os trabalhos antes da descolagem.

Membros da equipa de patinagem artística dos EUA e dupla russa campeã do mundo entre as vítimas

Vadim Naumov e Yevgenia Shishkova, a dupla russa campeã do mundo em 1994.
Vadim Naumov e Yevgenia Shishkova, a dupla russa campeã do mundo em 1994.

A bordo do avião da American Airlines envolvido no acidente com o helicóptero em Washington DC estavam vários elementos da equipa de patinagem artística norte-americana, de acordo com as autoridades.

"Atletas, treinadores e familiares regressavam a casa depois de um estágio no Campo de Desenvolvimento Nacional realizado durante o Campeonato de Patinagem Artística dos EUA em Wichita, no Kansas”, disse a federação de patinagem em comunicado citado pela CNN.

O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, garantiu entretanto que entre os patinadores que estavam no avião encontravam-se Vadim Naumov e Yevgenia Shishkova, dupla russa campeã do mundo em 1994 e que agora eram treinadores.

Um outro patinador russo, Anton Spiridonov, recorreu entretanto à sua conta de Instagram para desmentir as notícias da imprensa russa, que avançavam que estaria igualmente entre as vítimas.

"Eu não estava neste voo, obrigado a todos pela preocupação com minha segurança”, escreveu o medalha de prata dos Jogos Universitários Mundiais de Inverno. “O meu coração está com todas as famílias afetadas por esta tragédia”, acrescentou o atleta, que agora representa a seleção norte-americana.

Um avião comercial, com 64 pessoas a bordo, e um helicóptero militar, com três soldados a bordo, colidiram no ar junto ao aeroporto da capital dos Estados Unidos, Washington e caiu no rio Potomac, disseram as autoridades. Ainda não foi feito nenhum balanço oficial, mas, de acordo com a CBS, já terão sido recuperados 19 corpos.

A companhia aérea American Airlines confirmou em comunicado que um avião da subsidiária regional PSA transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, depois de deslocar de Wichita, no estado de Kansas, no centro dos EUA. Entre estes encontravam-se vários patinadores artísticos, seus treinadores e familiares que tinham participado num evento em Wichita, Kansas, revelou a Federação de Patinagem Artística dos Estados Unidos (U.S. Figure Skating). Yevgenia Shishkova e Vadim Naumov, segundo avança a Reuters, integravam esta comitiva.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que três militares seguiam a bordo do helicóptero Sikorsky H-60 que colidiu com o avião, algo que descreveu, num comunicado, como um acidente.

O secretário dos Transportes, Sean Duffy, fez saber que já foi aberta uma investigação.

A colisão aconteceu por volta das 21:00 (01:00 de hoje em Lisboa), quando o avião se aproximava do aeroporto de Washington, num dos espaços aéreos mais controlados e monitorizados do mundo, a pouco mais de cinco quilómetros a sul da Casa Branca e do Congresso norte-americano.

O aeroporto da capital dos Estados Unidos, Washington, suspendeu todos os voos pelo menos até às 05:00 de sexta-feira (10:00 em Lisboa).

"Todas as descolagens e aterragens (...) foram suspensas. O pessoal de emergência está a responder a um incidente aéreo na apista. O terminal permanece aberto", disse o aeroporto, na quarta-feira, numa mensagem na rede social X.

Os bombeiros e os serviços de emergência médica de Washington disseram que o avião caiu perto do aeroporto e caiu no rio Potomac.

"Uma operação de busca e salvamento envolvendo várias agências está em curso no rio Potomac após um acidente de avião", escreveu a polícia da capital norte-americana, também na X.

Barcos insufláveis de resgate estavam a ser lançados no Potomac a partir de um ponto próximo do aeroporto, ao longo da autoestrada George Washington, a norte do aeroporto.

A secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, disse na rede social X que as autoridades estão a mobilizar "todos os recursos disponíveis da Guarda Costeira dos EUA para os esforços de busca e salvamento" e sublinhou que estão a "acompanhar ativamente a situação" e preparados para apoiar o pessoal de emergência local.

"Posso confirmar que o presidente [Donald] Trump foi informado sobre esta situação. Tragicamente, parece que um helicóptero militar colidiu com uma aeronave regional", disse a porta-voz da presidência, Karoline Leavitt à televisão Fox News.

"Só posso dizer que os pensamentos e orações de toda a administração Trump estão com todos os envolvidos e pedimos ao público nesta área que se mantenha vigilante sobre as orientações da polícia e que lhes permita fazer o seu trabalho", concluiu Leavitt.

"Parece que [colisão] devia ter sido evitada", diz Trump

"Deus os abençoe", disse, pouco depois, Trump, em comunicado, dizendo que tinha sido "totalmente informado do terrível acidente".

Já na sua rede social Truth Social, o presidente disse que a colisão "parece que devia ter sido evitada".

"O avião estava numa linha de aproximação perfeita ao aeroporto. O helicóptero estava a ir diretamente para o avião durante um longo período de tempo. A noite estava clara, as luzes do avião estavam a brilhar, porque é que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou?", questionou Trump.

"Porque é que a torre de controlo não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se tinha visto o avião? Esta é uma situação má que parece que devia ter sido evitada", acrescentou o presidente norte-americano.

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa já enviou ao Presidente dos Estados Unidos, uma mensagem de pesar pelo "dramático acidente aéreo".

"Neste momento difícil, o Presidente da República expressa as mais sentidas condolências aos familiares das vítimas e toda a sua solidariedade para com o povo e as autoridades norte-americanas", diz uma nota publicada no site da presidência.

Com Lusa

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