"Atrocidade". Zelensky denuncia ataque a hospital pediátrico e maternidade em Mariupol

"Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice ignorando este terror? Fechem o espaço aéreo já", pediu o presidente ucraniano após um ataque russo contra um hospital pediátrico e maternidade em Mariupol.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou esta quarta-feira um ataque aéreo russo contra um hospital pediátrico e maternidade em Mariupol e apelou novamente ao encerramento do espaço aéreo ucraniano.

"Ataque direto das tropas russas a maternidade. Há pessoas, crianças debaixo dos escombros. A atrocidade! Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice ignorando este terror? Fechem o espaço aéreo já", escreveu Zelensky no Twitter.

O governador regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, afirmou que há pelo menos 17 feridos do ataque aéreo russo que atingiu o hospital pediátrico e maternidade. O responsável, citado pelo The Guardian, refere que há mulheres em trabalho de parto entre os feridos.

Kyrylenko acusou Moscovo de realizar o ataque aéreo durante o cessar-fogo, que foi acordado para a retirada de civis daquela cidade.

A Câmara Municipal de Mariupol, cidade portuária Ucrânia sitiada pelas tropas russas há vários dias, comunicou através das redes sociais que os danos foram "colossais".

Boris Johnson condena ataque russo em Mariupol. Fala em "crimes terríveis" de Putin

O presidente britânico, Boris Johnson, condenou, entretanto, o ataque "Há poucas coisas mais depravadas do que atacar os vulneráveis ​​e indefesos", escreveu na rede social Twitter.

Boris Johnson afirma que o Reino Unido está estudar mais formas de apoiar a Ucrânia "para se defender de ataques aéreos". O primeiro-ministro britânico promete "responsabilizar Putin pelos seus crimes terríveis​​​​​".

As autoridades anunciaram um novo cessar-fogo para hoje de manhã para permitir que milhares de civis abandonem a capital, Kiev, cidades do sul como Mariupol, Enerhodar e Volnovakha, Izyum no leste e Sumy no nordeste.

Tentativas anteriores de estabelecer corredores humanitários seguros falharam, com as partes no conflito a acusarem-se mutuamente de não respeitar as regras.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos -- o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela quase generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia.

A guerra na Ucrânia provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.

Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 516 civis até terça-feira, incluindo 41 crianças.

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