Ativista da banda Pussy Riot foge da Rússia disfarçada de estafeta de entrega de comida
Deixou o telemóvel para trás, para evitar ser detetada, vestiu-se de estafeta de entrega de comida e conseguiu escapar à polícia que a vigiava em Moscovo, onde residia. Foi assim que Maria Alyokhinaugiu fugiu da Rússia em direção à Lituânia. "Ainda não entendo completamente o que fiz".
A ativista russa e membro da banda punk Pussy Riot, Maria Alyokhina, conseguiu fugir da Rússia depois de se disfarçar de estafeta de entrega de comida e de deixar o telemóvel para trás, de modo a evitar que fosse detetado pelas autoridades russas. Foi assim que conseguiu fugir do país em direção à Lituânia.
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"Fiquei feliz por o ter feito, porque foi algo imprevisível", disse Maria Alyokhina ao "The New York Times", que conta a fuga da ativista russa. Junta-se, assim, a milhares de russos que fugiram do país desde que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou tropas para a Ucrânia a 24 de fevereiro.
Ao jornal norte-americano, Maria Alyokhin, de 33 anos, conta que se vestiu como uma estafeta de entrega de comida para escapar à polícia que a estava a vigiar em Moscovo, onde residia, e que deixou o seu telemóvel para trás para que não pudesse ser detetada pelas autoridades russas.
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Um amigo levou-a para a fronteira com a Bielorrússia e só uma semana depois é que conseguiu atravessar para a Lituânia, Estado-membro da União Europeia. Chegou a ser detida na fronteira, mas à terceira tentativa conseguiu chegar à Lituânia.
Maria Alyokhina, the activist and Pussy Riot band leader, escaped from Russia disguised as a food courier to evade the police, as President Vladimir Putin cracked down harder to snuff out any criticism of his war in Ukraine. https://t.co/LwkU4F4rbC pic.twitter.com/b5MjSXIjpY
O "The New York Times" recorda que Alyokhina foi condenada a dois anos de prisão por participar num protesto das Pussy Riot na Catedral Cristo Salvador de Moscovo, em 2012., e desde o verão passado, foi detida mais seis vezes.
A situação tornou-se ainda mais complicada para a ativista quando, em abril deste ano, as autoridades russas anunciaram que a prisão domiciliária de Maria Alyokhina seria convertida a uma pena de prisão efetiva de 21 dias. Foi este o momento que a levou a tomar a decisão de sair da Rússia.
Digressão europeia passa em junho por Portugal
Em Vilnius, capital da Lituânia, a ativista russa voltou a expressar a sua posição crítica ao regime de Putin, chegando mesmo a afirmar: "Acho que a Rússia não tem o direito de continuar a existir".
Lusya Shtein, namorada de Alyokhina e membro da banda Pussy Riot, partilhou nas redes sociais uma foto de Alyokhina vestida com um uniforme verde da empresa Delivery Club, com uma mochila de entrega de comida.
легкий способ пройти мимо ментов у твоего подъезда pic.twitter.com/45xentHNNT
Shtein escreveu no Twitter que Alyokhina "não fugiu da Rússia", tendo saído do país para começar a digressão da banda, com a qual pretendem arrecadar dinheiro para a Ucrânia.
O pontapé de saída da digressão começa em Berlim, já esta quinta-feira, estando previsto que as Pussy Riot passem por Portugal
A tour europeia deverá levar as Pussy Riot a atuar no Porto, no dia 8 de junho, na Casa da Música, e em Lisboa, no dia 9, no Capitólio.