Ataque russo causa quatro mortos em Kharkiv. Rússia abate mais de 100 drones ucranianos no seu território
EPA/SERGEY KOZLOV

Ataque russo causa quatro mortos em Kharkiv. Rússia abate mais de 100 drones ucranianos no seu território

Um total de 35 pessoas, incluindo uma criança, ficaram também feridas nos ataques atribuídos a drones russos durante a madrugada e que causaram incêndios na zona residencial e de escritórios.
Publicado a
Atualizado a

Pelo menos quatro pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas em ataques de drones russos contra a cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, de acordo com um novo balanço divulgado esta sexta-feira pelas autoridades ucranianas.

Um primeiro balanço apontava para a morte de três pessoas, cujos corpos foram encontrados sob os escombros de edifícios residenciais e comerciais em Kharkiv, informaram os serviços de emergência ucranianos, em comunicado.

Mais tarde, a mesma fonte avançou que o corpo de uma quarta pessoa foi retirada das ruínas.

Um total de 35 pessoas, incluindo uma criança, ficaram também feridas nos ataques atribuídos a drones russos durante a madrugada e que causaram incêndios na zona residencial e de escritórios.

Outras cinco pessoas ficaram feridas nas regiões ucranianas de Dnipro, Zaporizhzhia e Kiev, avançaram as autoridades locais, que também responsabilizaram Moscovo.

Do lado russo, ataques de drones ucranianos mataram uma pessoa na aldeia de Belaya Berezka, na região fronteiriça de Bryansk, disse o governador Alexander Bogomaz, acusando Kiev de "ataques direcionados contra civis".

A troca de ataques aconteceu horas depois da Rússia e a Ucrânia terem voltado a acusar-se mutuamente de quebrar a trégua energética que declararam após negociações com os Estados Unidos, com as duas partes a denunciarem ataques quase diários.

Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo acusou as forças ucranianas de terem atacado quatro infraestruturas energéticas nas regiões fronteiriças russas de Kursk e Belgorod em quatro ocasiões nas 24 horas anteriores, deixando milhares de pessoas sem eletricidade.

O exército ucraniano “ataca unilateralmente instalações energéticas russas numa base diária”, disse o ministério, num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.

O Estado-Maior ucraniano, também num comunicado, respondeu que as acusações russas eram falsas, insistiu que respeita plenamente a trégua e que é a Rússia que a tem violado repetidamente.

A trégua sobre o setor energético foi negociada pelos Estados Unidos separadamente com a Ucrânia e a Rússia no final de março, na Arábia Saudita.

Kiev e Moscovo aguardam uma resposta de Washington aos relatórios que enviaram esta semana com detalhes sobre as violações do acordo que atribuem à outra parte.

As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aproveitou na quinta-feira uma visita a Chernobyl, no norte do país, para reafirmar as linhas vermelhas de Kiev no processo de negociações conduzido pelos Estados Unidos.

“Um exército forte é uma prioridade para nós. É por isso que se trata de uma linha vermelha. Não podemos reduzir o nosso exército”, afirmou Zelensky durante uma reunião com autoridades regionais.

Por outro lado, as defesas aéreas russas abateram 107 drones ucranianos entre a noite de quinta-feira e esta sexta-feira sobre 11 locais do país, incluindo a região de Moscovo, declarou o Ministério da Defesa russo na rede social Telegram.

Segundo os militares russos, o ataque em massa ocorreu entre às 21:00 de quinta-feira e às 05:00 desta sexta-feira, horário de Moscovo (entre às 19:00 e às 03:00 em Lisboa).

Três dos aparelhos aéreos não tripulados foram destruídos na noite de quinta-feira na região de Moscovo.

O comando militar indicou que mais de metade dos drones foram abatidos sobre as regiões russas de Kursk (34) – onde estão, desde agosto, tropas ucranianas a lutar no terreno - e Oriol (30).

O ataque aéreo, um dos mais extensos em termos geográficos em mais de três anos de guerra, abrangeu um total de 10 entidades federais da Rússia.

As defesas antiaéreas abateram ainda drones ucranianos nas regiões de Lipetsk (18), Kaluga (7), Rostov (4), Tambov, Briansk (2), Voronezh (1) e Tula (1).

Outros três drones foram destruídos nas águas do Mar de Azov.

A guerra na Ucrânia teve início quando a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014 e, posteriormente, com a invasão em larga escala do território ucraniano em 24 de fevereiro de 2022.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt