Ataque de Kiev detetado por monitores de sismos
Drones ucranianos atingiram esta quarta-feira um depósito de armas em Toropets, na região de Tver, no oeste da Rússia, a cerca de 380 quilómetros de Moscovo, provocando um grande incêndio que levou à retirada de residentes próximos, segundo uma fonte de segurança de Kiev. De acordo com a Reuters, os satélites da NASA detetaram fontes de calor intensas emanando de uma área de cerca de 14 quilómetros quadrados no local nas primeiras horas após o ataque e as estações de monitorização de sismos detetaram o que os sensores pensaram ser um pequeno terremoto.
Vídeos publicados nas redes sociais russas mostravam uma bola de fogo a subir pelo céu, enquanto uma onda de choque se espalhava no solo. Num outro vídeo podiam ver-se colunas de fumo e chamas a subir sobre um lago. Os meios de comunicação estatais russos já haviam noticiado no passado que no local da explosão existia um grande arsenal de armas convencionais. Em 2018, o então vice-ministro da Defesa da Rússia, Dmitry Bulgakov, também já tinha dito que iria ser construído em Toropets um arsenal para armazenar mísseis e explosivos.
O inferno provocou uma “retirada parcial dos residentes” na área, enquanto 150 bombeiros e equipas de resgate trabalharam para conter o incêndio, segundo adiantou o governador da região de Tver, Igor Rudenya. Horas mais tarde, este responsável anunciou que as pessoas tinham sido autorizadas a regressar e que havia a registar apenas feridos ligeiros.
A autoria do ataque foi assumida por uma fonte dos serviços de segurança de Kiev, explicando que os drones ucranianos “destruíram um grande armazém do principal diretório de mísseis e artilharia do Ministério da Defesa russo na cidade de Toropets”. “O armazém continha mísseis para sistemas de mísseis táticos Iskander, sistemas de mísseis táticos Tochka-U, bombas aéreas guiadas e munições de artilharia. Após os ataques de drones ucranianos, uma deu-se uma detonação extremamente poderosa”, acrescentou a mesma fonte.
O tamanho da explosão principal vista num vídeo não verificado publicado nas redes sociais foi consistente com a detonação de 200 a 240 toneladas de explosivos de alto grau, segundo explicou à Reuters George William Herbert, do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais em Monterey, na Califórnia.
Esta quarta-feira também um porta-voz militar de Kiev afirmou que a contraofensiva russa para recuperar as zonas da região fronteiriça de Kursk sob controlo ucraniano foi interrompida, acrescentando que “vários milhares” de civis russos se encontravam na zona. Já o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu esta quarta-feira que os residentes das zonas fronteiriças estão a passar por dificuldades devido aos ataques do exército ucraniano na região de Kursk. Mas garantiu que “todos os problemas serão resolvidos sem demora e sem formalidades”.
com agências