No dia 3 de fevereiro, dois dias depois de os militares terem derrubado a liderança civil de Myanmar (antiga Birmânia), era conhecida a primeira acusação contra a então conselheira de Estado (na prática primeira-ministra) Aung San Suu Kyi: violação das leis de importação e exportação devido à presença de walkie-talkies na sua casa. Um crime punível com quatro anos de prisão. Mas, dez meses depois, as acusações continuam a amontoar-se - serão já uma dúzia, incluindo mais graves como corrupção ou fraude eleitoral - sem que tenha sido proferido qualquer veredicto. Se for condenada por todos os crimes de que é acusada, a ex-líder birmanesa, de 76 anos, arrisca uma pena de 116 anos de prisão.