Friedrich Merz.
Friedrich Merz.EPA/Filip Singer

Alemanha suspende exportação de armas para Israel após decisão de Netanyahu de ampliar operações em Gaza

Chanceler alemão diz que suspensão é "até novas ordens", pedindo aos israelitas que aumente apoio humanitário e se "abstenha" de tomar medidas para anexar a Cisjordânia. Países Baixos fazem o mesmo.
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O chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou que Berlim vai suspender a venda de armas para Israel que possam ser usadas na Faixa de Gaza, depois de o Governo israelita ter aprovado a ampliação das operações militares no enclave palestiniano.

"Israel tem o direito de se defender contra o terrorismo do Hamas. A libertação dos reféns e a negociações para um cessar-fogo são a nossa prioridade", indicou o chanceler num comunicado.

"O desarmamento do Hamas é essencial", acrescentou, dizendo que o grupo terrorista "não pode desempenhar qualquer papel no futuro de Gaza".

Contudo, "a ação militar ainda mais dura do exército israelita na Faixa de Gaza", que foi aprovada pelo Gabinete de Segurança durante a madrugada desta sexta-feira (8 de agosto), "torna cada vez mais difícil ver, da perspetiva do Governo alemão, como é que estes objetivos podem ser alcançados".

Friedrich Merz.
Netanyahu diz que vai controlar Gaza e Hamas acusa-o de "sacrificar" reféns

Por isso e "nestas circunstâncias, o Governo alemão não autorizará qualquer exportação de equipamento militar que possa ser utilizado na Faixa de Gaza até novas ordens", referiu Merz no comunicado, insistindo também na necessidade de melhorar o envio de ajuda humanitária para o enclave.

Merz apela ainda "urgentemente" ao Governo israelita "para que se abstenha de tomar quaisquer outras medidas para anexar a Cisjordânia".

A decisão alemã de suspender a venda de armas é especialmente importante tendo em conta que, depois dos EUA, a Alemanha é o principal exportador de armas para Israel.

A Alemanha tem sido um dos principais apoiantes de Israel, em parte pelo sentimento de culpa coletivo da sociedade alemã pelo Holocausto.

Países Baixos suspendem exportação de peças militares para Israel

O Governo dos Países Baixos revogou três licenças que tinha concedido para a exportação de peças de navios militares para Israel devido ao “risco de utilização final não intencional” em bombardeamentos israelitas de Gaza.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros neerlanddês, Caspar Veldkamp, a decisão de revogar as licenças, que descreveu como “uma medida pontual”, deveu-se ao “agravamento da situação na Faixa de Gaza” e ao “risco de utilização final não intencional”.

Além das três licenças agora revogadas, foram também retiradas as licenças para peças do sistema antiaéreo israelita Iron Dome, adiantou o ministro neerlandês, em declarações à estação de televisão local Nos, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

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