Alemanha anuncia que Ucrânia já pode usar as suas armas na Rússia. Kremlin fala em “decisão bastante perigosa”
O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse esta segunda-feira que a Alemanha passa a estar entre os países que já não impõem à Ucrânia a condição de não utilizar armas alemãs contra alvos militares na Rússia.
"A Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia", disse Merz, embora tenha evitado esclarecer se o seu Governo entregará mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia, como tinha prometido antes de se tornar chanceler.
"Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, nem pelos americanos", explicou Merz, referindo-se a medidas que tinham sido tomadas por outros países em 2024.
Em resposta, a Rússia qualificou como uma “decisão bastante perigosa” o anúncio feito pelo chanceler alemão.
"Se estas decisões foram efetivamente tomadas, são absolutamente contrárias às nossas aspirações de chegar a um acordo político (...). Trata-se, portanto, de uma decisão bastante perigosa", afirmou o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, num vídeo difundido pelos meios de comunicação social russos.
Este anúncio de Merz surge horas depois de Moscovo ter atacado o território ucraniano com um número recorde de drones.
O ataque ocorrido esta madrugada envolveu 355 drones e nove mísseis de cruzeiro, tendo visado várias regiões, entre as quais Kiev, Kharkiv e Odessa.