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Polícia detém 890 pessoas pró-Palestina em Londres

Protestos acabaram na prisão de 890 pessoas que se juntam a outros tantos ao longo deste ano, desde que, em julho, o movimento Ação Palestina foi considerado terrorista pelo parlamento britânico.
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Polícia Metropolitana de Londres anunciou a detenção, no sábado, de mais de 890 pessoas, durante uma ação de apoio ao grupo Ação Palestina, considerado ilegal pelas autoridades britânicas. As autoridades já tinham avisado que procediriam assim com quem apoiasse explicitamente o movimento, classificado pelo Parlamento como organização terrorista, no início de julho, após actos de vandalismo, incluindo numa base aérea.

Ainda assim, a manifestação de sábado juntou centenas de pessoas em frente à praça do parlamento britânico, em Westminster, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

A polícia disse que a maioria dos detidos são suspeitos de apoiar uma organização proibida, enquanto mais de 25 terão agredido agentes policiais. “Os nossos agentes foram espancados, cuspidos e alvo de objetos atirados pelos manifestantes”, disse, em comunicado, a coordenadora da operação policial, Claire Smart, que condenou o nível de violência, que descreveu como intolerável.

A polícia informou ter destacado mais de 2.500 polícias para acompanhar uma série de manifestações pró-palestinianas ao longo do dia, incluindo uma marcha de apoio que, segundo estimativas policiais, atraiu mais de 20 mil pessoas.

O protesto decorreu em simultâneo em Belfast (capital da Irlanda do Norte) e Edimburgo (capital da Escócia). Mais de 800 pessoas já foram presas em protestos semelhantes anteriores, 138 das quais indiciadas sob a Lei do Terrorismo.

Em julho, membros do grupo Ação Palestina invadiram uma base da Força Aérea Real e vandalizaram dois aviões militares com tinta vermelha, em protesto contra o apoio de Londres à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza para combater o movimento terrorista islamita do Hamas e às proporções que está a atingir com a morte indiscriminada de civis e restrições à alimentação e liberdade.

Quatro pessoas foram acusadas e colocadas em prisão preventiva no âmbito do incidente, sobre o qual foi apresentado um recurso de urgência ao Tribunal Superior de Londres, que recusou suspender a proibição do grupo. A Ação Palestina contesta a ilegalização, alegando ser uma organização pacífica. A cofundadora do movimento, Huda Ammori, obteve permissão para contestar a proibição do movimento em tribunal. Uma audiência está marcada para novembro.

Peritos das Nações Unidas e organizações de defesa dos direitos humanos criticaram já nos últimas semanas a decisão de Londres, argumentando que “os simples danos materiais, sem pôr em perigo a vida de outras pessoas, não são suficientemente graves para serem considerados terrorismo”.

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