O apoio de Carlos Moedas a Marques Mendes, anunciado pelo presidente da Câmara de Lisboa à entrada do Centro de Congressos de Lisboa, foi a única referência às eleições presidenciais de janeiro de 2026 no Conselho Nacional do PSD, realizado na noite de terça-feira. Durante os trabalhos, que contaram com uma intervenção do líder do partido e primeiro-ministro Luís Montenegro, o foco esteve na conjuntura política e nas autárquicas, que terão lugar no final de setembro ou no início de outubro, com a ratificação dos primeiros 43 candidatos do partido.Antes de entrar para a reunião do órgão partidário, a que preside, Carlos Moedas declarou o seu apoio ao advogado, comentador político e conselheiro de Estado: “Se ele se candidatar, terá todo o meu apoio. É um homem que reúne todas as condições, que deu provas, e é conhecido dos portugueses. Sabemos muito bem com o que podemos contar, com o político que ele é, com o trabalho que fez durante anos e que as pessoas reconhecem.”.Moedas declara apoio a Marques Mendes para corrida a Belém.Pelo contrário, na reunião do Conselho Nacional só houve uma menção ao ato eleitoral que definirá quem sucede a Marcelo Rebelo de Sousa. Ao que o DN apurou, foi Luís Rodrigues quem chamou a atenção para o risco de o PSD contar pouco nas próximas eleições presidenciais, tendo em conta o favoritismo do ex-chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo.Também a intervenção inicial de Luís Montenegro, “num tom mais pedagógico do que costuma ser”, segundo um conselheiro nacional ouvido pelo DN, passou ao lado das eleições presidenciais. Chamando a atenção para um ciclo de ano e meio de desafios difíceis. Após ter sido reeleito pelos militantes do PSD com uma moção que colocava a fasquia na reconquista da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), na terça-feira optou por conter o entusiasmo, advertindo os conselheiros nacionais que “partimos muito atrás” do PS.Mesmo assim, o Conselho Nacional aprovou uma deliberação para delegar na Comissão Política Nacional do PSD a negociação de coligações autárquicas, que excluirão o Chega. E foram ratificados os primeiros 43 candidatos confirmados, incluindo os sucessores de Carlos Carreiras e Ricardo Rio, presidentes das câmaras de Cascais e de Braga, respetivamente, que são, depois de Lisboa, os principais municípios geridos por sociais-democratas, nos três casos em coligação com o CDS.Nuno Piteira Lopes, atual vice-presidente, será o candidato em Cascais, o vereador João Rodrigues é o escolhido para Braga. Por Santarém avança João Teixeira Leite, que sucedeu a Ricardo Gonçalves no ano passado. E o líder concelhio Henrique Sim-Sim candidata-se à Câmara de Évora.