Exclusivo Varreu ruas, limpou pratos, passou multas. General D volta à música

Após 20 anos de silêncio, aquele que é considerado o pai do hip hop português está de regresso à música com o single Zombie, a primeira amostra do futuro álbum, com edição prevista para 2020.

Foi, durante anos, uma espécie de D. Sebastião do hip hop nacional, do qual muitos consideram o pai, desde que, em 1994, editou o EP PortuKkkal É Um Erro. Foi o primeiro disco desse novo estilo de música urbana, nascida nos bairros periféricos das grandes cidades e totalmente marginal à indústria, tanto na forma como no conteúdo. Nesse autêntico ano zero do hip hop tuga, como mais tarde viria a ser batizado, viram também a luz do dia o primeiro EP dos Da Weasel, More than 30 Motherf*****s e a compilação Rapública, que retratava em disco essa nova realidade sonora, com temas de gente como Boss AC, Zona Dread, Family ou Black Company.

General D, no entanto, já ia muito mais à frente, alumiando o caminho a quem vinha atrás. Nascido em 1971 em Moçambique, na antiga cidade de Lourenço Marques, veio para Portugal com apenas 2 anos. Bom aluno e desportista de eleição (chegou a ser recordista regional dos 100 metros), Sérgio Matsinhe ganhou as divisas de general no final dos anos 1980, quando começou a fazer rap com os amigos, em Miratejo. O primeiro álbum em nome próprio, Pé na Tchôn, Karapinha na Céu, surgiu em 1995 e, além de incluir o êxito Black Magic Woman, marca uma viragem na filosofia artística e sonora de General D, mais focada num amplo conceito de africanidade e não tanto em mimetizar os trejeitos do rap americano.

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