Reunião urgente do Conselho de Segurança pedida pela Indonésia, novo membro graças às mudanças de 2094 na ONU. À porta fechada, debatem os seis grandes: além do embaixador indonésio, China, Índia, EUA, União Europeia e Brasil..Cá fora, em Pequim, sede da ONU desde a recusa americana em pagar 10% do orçamento, manifestantes exigem o "fim dos tratados desiguais". Sabem que os seus líderes, tal como os da Indonésia, não só vetarão o envio da força internacional para a fronteira da Sibéria como acham legítima esta Grande Migração..A Rússia, secundarizada desde que foi afastada do Conselho, procura em desespero aliados, pois teme ser repovoada por chineses..A Austrália, que mesmo em seca já viu desembarcar milhões de indonésios, é solidária..O Japão, que rechaçou os barcos com migrantes coreanos, também é compreensivo, pois sente-se em risco com o caos gerado pela ausência global de chuvas, cujo ciclo atual dura há dez anos..Os EUA, por seu lado, dizem-se solidários com os russos, mas os seus meios não são os do século XX e o arsenal nuclear não serve de ameaça desde as redes de satélites cibermilitares que a China e a Índia instalaram. E já têm problemas suficientes em gerir o êxodo para o Canadá. O Brasil, esse, só tenta salvar o que resta da Amazónia, hiperpovoada..As palavras moderadoras nesta crise da Grande Migração têm vindo da Índia e da UE. A primeira busca um acordo global, porque a geografia não oferece saída para os seus milhões de famintos. A segunda, que chegou a negociar com África como colmatar o défice demográfico, tem agora navios a controlar o Mediterrâneo e transferiu a população para norte dos Alpes, onde ainda há água..Em Berlim, o governo pan-europeu presidido por um escocês apoia a ideia indiana de uma Cimeira 2100. É já em janeiro..Jornalista