Exclusivo Em Schengen, a aldeia que tornou a Europa livre, o fecho das fronteiras soa a desastre
Há 35 anos, os líderes europeus assinaram na pequena aldeia luxemburguesa de Schengen o acordo que estabeleceu a livre circulação de pessoas, bens e serviços no continente. Agora, há bloqueios nas estradas, controlos policiais, gente desesperada para passar de um lado para o outro. Retrato de uma Schengen sem espaço.

A polícia controla e não deixa passar quem circula pela ponte desta aldeia que fica no extremo sudeste do Luxemburgo e que faz simultaneamente fronteira com a Alemanha e a França, na região da Lorena.
© António Pires
Na marginal ribeirinha de Schengen há uma torre de bronze onde estão marcados todos os países que aderiram ao acordo europeu de livre circulação. Como a estrutura é formada por pequenas barras, viajantes de todo o mundo habituaram-se a prender ali cadeados para declarar a eternidade das suas paixões.
Relacionados
A torre não seria muito diferente dos miradouros e das pontes que existem em todo o mundo onde namorados agrilhoam o afeto. Não fosse este pormenor: aqui, uma boa parte das paixões são internacionais. Vera prendeu no setor português a sua paixão pelo anglófono Mark. Cyril tornou francesa a atração por Nicoleta, que tem nome romeno. Kaarl há de ser finlandês, pois foi lá que escolheu fechar à chave a eternidade com Enzo, que o mais provável é ser italiano. Na aldeia onde a Europa derrubou as barreiras também não as há para o romance.