Exclusivo "Os Descobrimentos eram a forma de emigrar e a pobreza é que nos fazia tão aventureiros"
Ao nono romance, tem pela primeira vez um protagonista - mesmo que ladeado por duas mulheres - em vez das rainhas que a tornaram a autora de romances históricos mais vendida em Portugal. São 640 páginas sobre uma época que ainda hoje causa muita polémica.

A escritora Isabel Stilwell publicou o seu nono romance histórico: 'D. Manuel I'.
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Há um tema que raramente está ausente nos romances históricos de Isabel Stilwell em cenário de fundo ou até como elemento da ação: as epidemias. Por isso, pergunta-se-lhe se agora, após esta pandemia de covid-19, será mais fácil descrever o ambiente e ter uma melhor compreensão da parte do leitor. A resposta é: "Claro que sim. Há até neste D. Manuel I - Duas Irmãs para Um Rei um capítulo em que D. Manuel e João Manuel estão a experimentar o vinagre em tempos de peste porque os ladrões usavam-no para retirar os anéis dos dedos dos mortos, ou o facto de D. Leonor não vir a Lisboa durante quase trinta anos e o Alentejo como lugar para onde se foge porque é onde há menos peste - situação que se repete. Será muito mais fácil compreender esse ambiente, o que até me acontece quando vejo as conferências de imprensa e recordo o que escrevi. É uma repetição da história."
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Pode dizer-se que o leitor fica com mais conhecimento histórico após a leitura destas 600 e tal páginas? "Creio que sim, e é isso que me dizem sobre todos os meus livros. Que visitam palácios e museus e sabem o que lá está e porque está lá, bem como decifrar o presente ao perceber de onde vimos."