O momento alto anual da política chinesa tem início nesta semana com as reuniões plenárias dos órgãos legislativo e consultivo a nível nacional em Pequim, num ano marcado por desafios externos com a disputa comercial e tecnológica com os Estados Unidos e, internamente, por uma compressão do ritmo de crescimento da economia..Esta é também a primeira reunião após a alteração constitucional adotada pela Assembleia Popular Nacional (APN) há um ano e que ditou a remoção do limite de mandatos para o cargo de presidente da República Popular da China, cimentando o poder do presidente e líder do Partido Comunista da China, Xi Jinping..A primeira das duas reuniões teve início no domingo. Wang Yang, presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) - órgão de topo de consulta do governo central -, salientou que ao longo do último ano os conselheiros têm centrado o seu trabalho em três frentes que se afiguram nucleares e que representam riscos para o desenvolvimento do país: pobreza, poluição e promoção de um crescimento económico de alta qualidade..A passagem de uma abordagem focada na quantidade para a qualidade do crescimento tem sido uma constante, ainda mais perante aquele que foi o nível de crescimento registado em 2018: 6,6%, o mais baixo desde há 28 anos..Quando Li Keqiang subir ao mesmo palco, no Grande Palácio do Povo, nesta terça-feira, para um discurso em que fará o resumo das atividades da ação governativa ao longo do ano passado e lançar as linhas gerais para 2019, perante os cerca de 3000 deputados, um dos números que chamarão mais a atenção será a previsão do crescimento económico para este ano. A agência de notícias estatal Xinhua já abriu caminho para um valor abaixo do de 2018 - 6,5% é a meta provável para a expansão da economia chinesa..O acordo que vem aí.Outro assunto que paira sobre as reuniões é a disputa comercial e tecnológica sino-americana. O porta-voz da CCPPC, Guo Weimin, afirmou, numa conferência de imprensa realizada neste sábado, que a assinatura de um acordo o mais cedo possível entre Washington e Pequim beneficiará não apenas a China e os Estados Unidos como será igualmente positivo para a economia mundial.."Os dois lados partilham mais interesses do que disputas e uma maior necessidade de cooperação que fricção", sublinhou Guo..O The New York Times revelou neste domingo que a China e os Estados Unidos estão agora perto de chegar a um acordo que remova as tarifas comerciais. O entendimento poderá culminar com uma cimeira entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e Xi Jinping, o que, segundo o The Wall Street Journal, poderá ocorrer a 27 de março..Estabilidade, o bem maior.Antes disso, já está confirmada uma viagem de Xi à Europa, logo após o fim das reuniões da APN e da CCPPC, que o irá levar a França e à Itália, com a Incitativa Faixa e Rota como tema forte na agenda..Outras missões diplomáticas de relevo estão planeadas para os próximos meses, como visitas ao Japão, à Coreia do Norte ou à Índia, num ano em que o país está mobilizado para a celebração do 70.º aniversário do estabelecimento da República Popular da China, a 1 de outubro..Neste contexto, estabilidade interna é a palavra de ordem, segundo Pang Zhong, professor de Relações Internacionais da Ocean University of China, da cidade costeira de Qingdao. Mesmo perante estes desafios com os Estados Unidos ou a Europa, "todos estão com o foco em assuntos domésticos", ou seja, "a diplomacia tem de assegurar estabilidade dentro de portas", afirmou em declarações ao jornal de Hong Kong South China Morning Post.. Jornalista da Plataforma Media
O momento alto anual da política chinesa tem início nesta semana com as reuniões plenárias dos órgãos legislativo e consultivo a nível nacional em Pequim, num ano marcado por desafios externos com a disputa comercial e tecnológica com os Estados Unidos e, internamente, por uma compressão do ritmo de crescimento da economia..Esta é também a primeira reunião após a alteração constitucional adotada pela Assembleia Popular Nacional (APN) há um ano e que ditou a remoção do limite de mandatos para o cargo de presidente da República Popular da China, cimentando o poder do presidente e líder do Partido Comunista da China, Xi Jinping..A primeira das duas reuniões teve início no domingo. Wang Yang, presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) - órgão de topo de consulta do governo central -, salientou que ao longo do último ano os conselheiros têm centrado o seu trabalho em três frentes que se afiguram nucleares e que representam riscos para o desenvolvimento do país: pobreza, poluição e promoção de um crescimento económico de alta qualidade..A passagem de uma abordagem focada na quantidade para a qualidade do crescimento tem sido uma constante, ainda mais perante aquele que foi o nível de crescimento registado em 2018: 6,6%, o mais baixo desde há 28 anos..Quando Li Keqiang subir ao mesmo palco, no Grande Palácio do Povo, nesta terça-feira, para um discurso em que fará o resumo das atividades da ação governativa ao longo do ano passado e lançar as linhas gerais para 2019, perante os cerca de 3000 deputados, um dos números que chamarão mais a atenção será a previsão do crescimento económico para este ano. A agência de notícias estatal Xinhua já abriu caminho para um valor abaixo do de 2018 - 6,5% é a meta provável para a expansão da economia chinesa..O acordo que vem aí.Outro assunto que paira sobre as reuniões é a disputa comercial e tecnológica sino-americana. O porta-voz da CCPPC, Guo Weimin, afirmou, numa conferência de imprensa realizada neste sábado, que a assinatura de um acordo o mais cedo possível entre Washington e Pequim beneficiará não apenas a China e os Estados Unidos como será igualmente positivo para a economia mundial.."Os dois lados partilham mais interesses do que disputas e uma maior necessidade de cooperação que fricção", sublinhou Guo..O The New York Times revelou neste domingo que a China e os Estados Unidos estão agora perto de chegar a um acordo que remova as tarifas comerciais. O entendimento poderá culminar com uma cimeira entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e Xi Jinping, o que, segundo o The Wall Street Journal, poderá ocorrer a 27 de março..Estabilidade, o bem maior.Antes disso, já está confirmada uma viagem de Xi à Europa, logo após o fim das reuniões da APN e da CCPPC, que o irá levar a França e à Itália, com a Incitativa Faixa e Rota como tema forte na agenda..Outras missões diplomáticas de relevo estão planeadas para os próximos meses, como visitas ao Japão, à Coreia do Norte ou à Índia, num ano em que o país está mobilizado para a celebração do 70.º aniversário do estabelecimento da República Popular da China, a 1 de outubro..Neste contexto, estabilidade interna é a palavra de ordem, segundo Pang Zhong, professor de Relações Internacionais da Ocean University of China, da cidade costeira de Qingdao. Mesmo perante estes desafios com os Estados Unidos ou a Europa, "todos estão com o foco em assuntos domésticos", ou seja, "a diplomacia tem de assegurar estabilidade dentro de portas", afirmou em declarações ao jornal de Hong Kong South China Morning Post.. Jornalista da Plataforma Media