O presidente do Conselho de Administração da VASP, Marco Galinha, criticou este domingo, 21 de setembro, a lentidão do governo na concretização de um projeto conjunto com a empresa e com os editores para apoiar a distribuição de imprensa (jornais e revistas) no interior do país. “Vivemos num país em que as palavras são fáceis e os atos são muito difíceis de cumprir. A VASP anda há um ano a tentar ter um projeto de ajuda aos editores, para chegarem ao interior do país. Mas andamos há um ano em reuniões, em reuniões. Reuniões atrás de reuniões e cada vez parece mais longe. E a VASP não é o Estado português. Fazemos o nosso dever, mas não nos podemos substituir aos deveres do Estado Português”, disse o presidente da VASP e do Grupo Bel (dono do Diário de Notícias)..Marco Galinha, presidente do Conselho de Administração da VASP e do Grupo Bel (dono do Diário de Notícias), falava na abertura do 1º Encontro Nacional de Pontos de Venda de Imprensa. O evento, promovido pela VASP - Distribuição e Logística – no âmbito das comemorações dos 50 anos de atividade da empresa, decorreu este domingo, 21 de setembro, em Rio Maior (Santarém).As críticas de Marco Galinha surgem também no dia em que se soube que a VASP e os principais grupos de Media solicitaram uma reunião urgente ao Governo para apelar ao ministro com a tutela, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, para que tome medidas urgentes para evitar os problemas de distribuição de jornais e revistas no interior do país.De acordo com o Correio da Manhã deste domingo, os representantes de sete dos principais grupos de media e a VASP estão preocupados com o “adiamento consecutivo por parte do Governo do lançamento de um concurso público internacional para a distribuição de publicações em todo o país”Numa carta enviada ao ministro, citada pelo CM, os representantes do setor dizem que a reunião servirá para “expor em detalhe a gravidade da situação”, que envolve um “aumento contínuo dos custos operacionais”, “continuada quebra das vendas de imprensa” e pela “crise financeira que atinge um dos principais editores nacionais”. A carta enviada ao Governo surge assinada por Luís Trindade (Global Notícias/‘DN’), Cristina Soares (‘Público’), Francisco Pedro Balsemão (Impresa), Ricardo Peres (Vicra/‘A Bola’), Domingos Andrade (Notícias Ilimitadas) e Eduardo Gradiz (Presspeople)..Governo anunciou em fevereiro que concurso estava por "semanas"Quando anunciou em fevereiro o Plano para os Media, o Governo anunciou que iria lançar um concurso público internacional, tendo em vista garantir a distribuição de publicações "em todo o país". Dias depois, na sessão de encerramento da cerimónia comemorativa do 50.º aniversário da Vasp, o então ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, disse que o procedimento seria lançado dentro de "poucas semanas".Esse concurso público internacional, disse Pedro Duarte, "permitirá ao Estado participar "nesse esforço necessário" para que todos os cidadãos tenham acesso a "publicações, jornais, revistas, livros, etc", em qualquer ponto do país.Uma das medidas do plano de Ação para os Media, apresentado pelo Governo em outubro, é a garantia de distribuição de publicações periódicas em todos os concelhos do país, bem como o apoio à distribuição de publicações periódicas para zonas de baixa densidade populacional. O ministro dos Assuntos Parlamentares destacou ainda o papel "de referência incontornável" da Vasp no setor da distribuição de publicações, destacando que as cinco décadas de existência da empresa "confundem-se com a história da democracia portuguesa", dado que ambas "nasceram" em 1974."Sem a Vasp uma parte do país teria continuado às escuras, apesar de já viver em liberdade", afirmou Pedro Duarte, na cerimónia que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. .Entretanto, em março o primeiro governo AD de Luís Montenegro caiu após ter sido rejeitada uma moção de confiança no parlamento, na sequência de uma polémica em torno de avenças recebidas por uma empresa da família do primeiro-ministro. Após as eleições, a AD saiu vencedora e António Leitão Amaro assumiu a tutela que antes estava entregue a Pedro Duarte, agora candidato autárquico do PSD à câmara do Porto.