Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal.
Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal. FOTO: Filipe Amorim / Global Imagens

Operadores devem ter prioridade no abastecimento energético, mas nada mudou desde o apagão, defende CEO da Meo

Nos últimos cinco anos, mesmo antes do apagão, adianta Ana Figueiredo, têm sido feitas "várias diligências" junto do Governo para ser dada prioridade energética de abastecimento às telecomunicações.
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A presidente executiva (CEO) da Meo defende, em entrevista à Lusa, a importância de garantir a prioridade energética de abastecimento aos operadores, tendo sido feitas diligências nesse sentido, mas até ao momento sem efeito.

"Nos últimos cinco anos temos vindo a fazer várias diligências, mesmo antes deste apagão [em abril], de que é importante garantir a prioridade energética de abastecimento aos operadores", diz Ana Figueiredo, recordando que as redes de comunicações dependem da energia elétrica e, logo, de capacidade de abastecimento.

A Meo tem feito "vários investimentos ao longo dos anos para garantir" maior resiliência energética, no caso das redes móveis são milhares de antenas no país todo, em que as baterias têm um período de vida útil limitado.

"Se pensarmos que, quando olhamos para as grandes cidades, a maior parte dessas antenas estão localizadas nos rooftops [telhados] dos edifícios, verificamos que não existe capacidade para colocar lá mais infraestrutura ou mais ferro, para colocar ainda mais baterias, para aumentar a autonomia energética, nem sequer podemos estar a falar de colocar um tanque de combustível, obviamente, por questões de segurança", explica a gestora.

Além disso, "não é suposto termos um apagão que dure de uma forma nacional e o período que durou", diz, sublinhando que durante este episódio a Meo foi a rede que demonstrou " maior nível de resiliência" devido aos investimentos realizados.

Para Ana Figueiredo, "o mais importante" é o operador que continua a operar "nestes momentos (...) de crise do que aquele que meramente apresenta o preço mais baixo".

Isto "porque nós não competimos com o preço mais baixo, competimos com qualidade, com capacidade, com capilaridade no nosso território" e "obviamente, com resiliência", prossegue a gestora.

"À data de hoje ainda não tivemos qualquer alteração" relativamente à prioridade energética de abastecimento por parte dos operadores de telecomunicações, constata.

Meses depois do apagão energético "não houve nenhuma alteração relativamente ao nível da prioridade e eu penso que são tipos de situações que devem ser resolvidas".

Numa crise como a que houve "tem que estar perfeitamente definido, digamos, a cadeia de comando e a prioridade" de quem pode ser abastecido, um operador "não deve estar a competir com a maternidade, com o hospital, ou com qualquer outra entidade, público ou privada".

Para a responsável, as regras devem estar claras e definidas "a priori" sobre a capacidade para poder abastecer, sejam operadores de telecomunicações ou qualquer outro ator relevante, em caso de emergência.

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