O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e outros nove homólogos da União Europeia (UE) pediram à Comissão Europeia financiamento do orçamento comunitário a longo prazo para a rede ferroviária europeia de alta velocidade e redução dos encargos administrativos.O pedido seguiu hoje em carta enviada à líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, e é assinada pelos chefes de Governo de Portugal, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Roménia, Eslováquia, Espanha e República Checa.“O financiamento das ligações ferroviárias de alta velocidade que ligam as capitais e as principais cidades da UE, especialmente entre os diferentes Estados-membros, e o desenvolvimento das infraestruturas de transportes enquanto tal é uma das nossas prioridades para o próximo Quadro Financeiro Plurianual”, escrevem.No dia em que a Comissão Europeia apresenta o seu programa de trabalho para 2025 e uma proposta sobre o caminho para o próximo Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034, os 10 líderes da UE insistem que o próximo orçamento comunitário a longo prazo seja “sólido, gerido de forma centralizada e com maior ambição financeira”.Isto para que “seja um catalisador para o desenvolvimento de uma rede transeuropeia de transportes de pleno direito, incluindo as ligações ferroviárias de alta velocidade em falta e a conclusão de grandes projetos transfronteiriços”, destacam.Pedem também o reforço das “sinergias entre os setores dos transportes, da energia, do digital e da defesa”, sendo que, sobre esta última questão, assinalam a “resiliência da UE, nomeadamente para as necessidades da mobilidade militar”.Na carta a Von der Leyen, os 10 chefes de Governo de Estado da UE instam o executivo comunitário a “reduzir os encargos administrativos e, em qualquer caso, evitar impor condições excessivas para a execução destes projetos, como as utilizadas no âmbito do Fundo de Recuperação e Resiliência”.“O desenvolvimento de projetos de grande escala e transfronteiriços requer exigências e reformas processuais significativas e exige uma coordenação eficaz e calendários sincronizados entre os Estados-membros participantes, assegurando o funcionamento sem descontinuidades do mercado único”, pelo que eventuais “condicionalidades adicionais poderiam resultar em atrasos nas ligações e dificultar a conclusão da rede transeuropeia de transportes dentro dos prazos acordados”, concluem.A rede transeuropeia de transportes inclui caminhos-de-ferro, vias navegáveis interiores, rotas marítimas de curta distância e estradas que ligam nós urbanos, portos marítimos e interiores, aeroportos e terminais.Promove o transporte eficiente de pessoas e mercadorias, assegura o acesso a empregos e serviços e permite o comércio através de sistemas de um plano para transportes transfronteiriços sem descontinuidades, lacunas, estrangulamentos ou ligações em falta.A posição surge quando arrancam as discussões sobre o próximo Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034 e são necessários milhares de milhões de euros para investir nas prioridades comunitárias, como no campo da defesa..Alta velocidade. País tem dois anos para provar que bitola europeia não compensa.220 milhões de euros para fazer circular mais comboios acima do Porto