A presidente da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva defende que o Governo deve ir mais longe nas medidas para a habitação alargando, por exemplo, a descida do IVA para 6% às obras de reabilitação e requalificação. "O IVA a 6% na reabilitação deveria ser uma medida imediata", vincou esta quinta-feira, 2, Gabriela Canavilhas. A também ex-ministra da Cultura, que falava em Beja, durante a sessão ‘Encontros Fora da Caixa’, organizado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) e que conta com o DN/Dinheiro Vivo como media partner, frisou que esta medida iria permitir acelerar a resposta na falta de habitação.Recorde-se que recentemente, o Conselho de Ministros aprovou, no âmbito da estratégia 'Construir Portugal', a redução da taxa de IVA para 6% na construção de habitações para venda até 648 mil euros ou, no caso de arrendamento, para rendas até 2300 euros, até regime fiscal vigora até 2029"Todas as obras deveriam ter IVA a 6% durante o tempo necessário até que a oferta da habitação esteja a níveis normais. Qual é o problema de ter esta taxa de IVA seja na construção nova ou na reabilitação?", questionou no encontro subordinado ao tema 'Patrimónios'."Do ponto de vista da intervenção do Estado é relativamente simples de fazer", argumentou ainda. ."São precisas politicas específicas só para a cultura e para o património, mas não tem havido essa coragem"Durante a sua intervenção no painel dedicado ao tema 'Patrimónios: Económico, Ambiental e Cultural' Gabriela Canavilhas defendeu ainda a importância da reabilitação do património histórico para as economias locais."Recuperar o património degradado e estragado ajuda-nos a recuperar a identidade do país, faz-nos reencontrar connosco próprios e entender a dimensão do que somos e projetar o futuro. É preciso compreender os centros históricos do passado para olhar em frente", destacou.Para a oradora, um centro histórico reabilitado é um "alimento financeiro" para a economia."Hoje ouvem-se grupos extremistas a falar da identidade de Portugal. queremos a identidade que acrescenta valor, que nos faz entender quem somos e que queremos partilhar com quem nos visita", acrescentou.Por fim, deixou ainda críticas à falta de políticas específicas dirigidas à cultura e ao património. "Não tem havido essa coragem, sempre que são criadas medidas acabam por ser alargadas a outras áreas", lamentou..CEO da Vila Galé: "Centros históricos são mais-valia tremenda, mas não é para estarem cheios de lojas de bugigangas".Paulo Macedo:"Tarifas dos Estados Unidos podem ser um grande condicionador do crescimento económico"