A hotelaria algarvia está "otimista" quanto às perspetivas de ocupação para o Natal e passagem de ano, que pode superar os níveis de 2019, antes da pandemia de covid-19, disse o presidente da principal associação hoteleira regional..Segundo o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, se o Natal é tradicionalmente "uma festa de família", sem grande impacto no turismo da região, já "as perspetivas para o fim de ano são positivas", influenciadas pela procura do mercado português.."O Natal não é uma altura de grande procura, é uma festa de família, as pessoas normalmente ficam em casa. É verdade que nos últimos anos tínhamos assistido a uma tendência crescente de as pessoas fazerem a ceia de Natal em hotéis, mas esse número ainda era muito residual", disse, em declarações à Lusa..Já no fim de ano, segundo o presidente da AHETA, as expectativas apontam para que "os portugueses viajem menos para o exterior e escolham sobretudo o Algarve, que é o destino por excelência do mercado nacional" durante a quadra festiva.."É um período que se caracteriza sobretudo por uma procura por parte dos nacionais. Isso vai-se verificar e nós pensamos que até pode haver um aumento da procura por parte dos portugueses, mesmo relativamente a 2019, tal como aconteceu já nos meses de verão", estimou, situando esse aumento na "ordem dos 20 a 25%"..Elidérico Viegas considerou que, embora esta seja uma altura do ano em que o mercado externo procura menos o Algarve, as restrições impostas às viagens por causa da variante Ómicron, uma nova forma do novo coronavírus, têm um efeito "desmotivador", sobretudo, devido à "exigência de testes negativos" nos aeroportos de origem e à chegada à Portugal.."Esperamos que estas restrições [nas viagens] possam ajudar a esbater o problema [da expansão da covid-19] rapidamente, para que isso não comprometa a próxima época turística, que é aquela em que temos uma expectativa de recuperação", afirmou, garantindo que o cenário de cancelamentos de reservas "não se verifica"..Também o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, disse à Lusa que as perspetivas são "bastante otimistas" para o período de Natal e 'réveillon', havendo um "nível de reservas interessante", principalmente de visitantes portugueses e de Espanha..João Fernandes, afirmou que as "perspetivas, até agora, e a julgar pelo 'feedback' das reservas para o período do Natal e Ano Novo, são até bastante "otimistas", centrando-se, sobretudo, "no mercado nacional e no mercado espanhol"..Em ambos os países, acrescentou, existe já uma "vacinação avançada", pelo que os turistas têm "condições de segurança" para poderem deslocar-se à região.."Estamos de facto a ter um nível de reservas interessante para esse período entre o Natal e o 'réveillon'", afirmou, reconhecendo que existe "apreensão" relativamente à "evolução da pandemia e eventuais regras mais restritivas", mas isso não impede que os dados apontem para uma "procura interessante"..João Fernandes disse haver sempre "procura de outros mercados" nesta quadra, apesar de coincidir com a época baixa do turismo, mas admitiu que esta poderá ser "mais reduzida" por força do aumento de casos de covid-19 na Europa central e do Norte..Aquele responsável destacou que, mesmo assim, ainda "não há enceramentos de atividades, nem restrições de horário e lotação" e isso, a manter-se, pode contribuir para a afluência de visitantes à região no Natal e no Ano Novo, concluiu