Três jogadores do FC Porto e um do Sporting descontentes com plano da DGS para o regresso do futebol
O futebol português só regressa aos relvados se os envolvidos no espetáculo cumprirem as regras da Direção Geral da Saúde. O problema é que as restrições são muitas e imputam, inclusive, responsabilidades às famílias. Algo que não agrada e alguns jogadores, como Danilo, Soares e Zé Luís do FC Porto e Francisco Geraldes do Sporting.
Os três jogadores do FC Porto foram os primeiros a mostrar desagrado nas redes sociais pelo denominado Código de Conduta divulgado pela Federação e Liga Portugal no domingo. "Os participantes na Liga assumem, em todas as fases das competições e treinos, o risco existente de infeção por SARS-CoV-2 e de COVID-19, bem como a responsabilidade de todas as eventuais consequências clínicas da doença e do risco para a Saúde Pública". Este ponto merece a recriminação dos três dragões.
As restrições à livre circulação e confinamento imposto a atletas e familiares também foram destacados por por Danilo, Soares e Zé Luís. "O Código de Conduta estabelece, entre outras, as medidas do dever de recolhimento domiciliário e de Saúde Pública constantes neste parecer», lê-se no 3. É ainda dever dos atletas ficar em casa nos dias de folga e a seguir aos jogos e treinos, por exemplo, até final da época. "Para minimizar o risco de infeção por SARS-CoV-2, os atletas, as equipas técnicas e os árbitros devem manter-se em recolhimento domiciliário desde a data do início da retoma dos treinos para as competições oficiais e até ao final da temporada de todas as competições".
Também Francisco Geraldes partilhou mesmo uma imagem de um dos pontos do Código de Conduta para contestar a imputação de responsabilidades aos atletas por "eventuais consequências clínicas da doença e do risco para a Saúde Pública".
Os atletas do FC Porto e o jogador do Sporting discordam deste ponto em específico porque acharem que um jogador não pode ser responsabilizado por infetar outro em campo e que essa responsabilidade é dos clubes e da própria Liga Portugal que organiza o evento, onde eles são meros participantes. Isto porque os seguros não contemplam situações de Covid-19.
No entanto, o representante do Sindicato de Jogadores concorda com a generalidade do Código de Conduta. Para Joaquim Evangelista "não é hora para criar alarmes" e adiantou que as dúvidas de todos os intervenientes no jogo serão esclarecidos numa reunião, terça-feira, com jogadores, treinadores, árbitros, Liga e Federação.
O plano para o regresso do futebol, previsto para o dia 31 de maio, foi revelado no domingo, dia em que foram anunciados mais sete casos de coronavírus em clubes da I Liga, um no Benfica, um no Moreirense e cinco no Famalicão. Os primeiros casos apareceram no Vit. Guimarães.