Ronaldo e companhia aceitam corte nos salários. Juventus poupa 90 milhões de euros.

Jogadores foram sensíveis aos argumentos da<em> vecchia signora, </em>que promete repor os ordenados se o campeonato italiano for retomado. Português ganha 31 milhões de euros por época.
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Enquanto as instâncias internacionais como a UEFA e a FIFA não se pronunciam sobre os cortes salariais em tempos de coronavírus os clubes vão tomando decisões avulsas. A Juventus, por exemplo, comunicou, este sábado, que Cristiano Ronaldo e companhia aceitaram fazer uma redução de salarial durante quatro meses.

Em comunicado, o clube de Turim informou que "o entendimento prevê a redução da compensação num valor igual aos salários de março, abril, maio e junho de 2020". E que nas próximas semanas, "os acordos individuais serão finalizados, conforme exigido pela regulamentação vigente". O que significa que os cortes não serão iguais para todos.

Caso o campeonato retorne e os jogos da corrente época sejam reagendados, "o clube irá negociar, em boa fé, com os jogadores e treinadores aumentos salariais, condicionados, e de acordo com o recomeço em si e a finalização das competições oficiais".

O impacto da redução é considerável. "O efeito económico e financeiro alcançado com este acordo tem um impacto positivo de 90 milhões de euros no ano financeiro de 2019-20", segundo a vecchia signora, que gasta por ano em salários 141,250 milhões de euros. Desses, 31 milhões são para Ronaldo, o mais bem pago do plantel. O português aufere 2, 5 milhões de euros por mês.

Esta é também uma forma do português ajudar o clube, que pagou mais de 100 milhões de euros por ele em 2018.

Cortes salariais alastram na Europa

O cenário de cortes salariais parece agora alastrar na Europa. Esta semana soube-se que os jogadores do Bayern Munique, campeão alemão de futebol, e do Borussia Dortmund aceitaram baixar os seus salários, poupando gastos de "dois e três dígitos" aos dois clubes da Bundesliga.

Em França, depois de Amiens, Montpellier e Nimes ter decido fazer cortes, o Lyon avançou com uma imposição de corte parcial no total de 85% no salário dos jogadores. Na Suíça, o Sion, liderado pelo português Ricardo Dionísio, despediu nove jogadores por recusarem a proposta de emprego parcial imposta pelo clube.

Em Espanha, o Barcelona decidiu avançar para cortes, mesmo contra a vontade do plantel, enquanto outros clubes propõem cortes na ordem dos 70%. Já na Bélgica, a maior parte dos clubes está a aplicar a "regulação temporal" de emprego a jogadores e treinadores.

Em Portugal, os clubes da I e II Liga decidiram, numa reunião na quinta-feira, esperar pelas recomendações das instâncias internacionais como a FIFA, UEFA, a EL, a ECA e a FIFPRO, para tomar decisões quanto ao corte de salários. No entanto, numa entrevista ao Diário de Notícias, o presidente do Sindicato de Jogadores, mostrou disponibilidade para isso.

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